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A Casa é Sua: monumentos contam a história de Três Lagoas

Quadro 'A Casa é Sua' é exibido no programa TVC Agora, da TVC HD, Canal 13.1

Quadro 'A Casa é Sua' é exibido no programa TVC Agora, da TVC HD, Canal 13.1. - Foto: Reprodução/TVC
Quadro 'A Casa é Sua' é exibido no programa TVC Agora, da TVC HD, Canal 13.1. - Foto: Reprodução/TVC

Três Lagoas é rica em pontos históricos que ajudam a contar a história da cidade. Nesta quinta-feira (13), o quadro "A Casa é Sua", do programa TVC Agora, visitou dois lugares importantes que contribuíram significativamente para o processo de colonização.

Localizada no bairro Jardim Alvorada, na avenida Rosário Congro, está a Praça José Carlos de Souza, onde se encontra o obelisco. Este local marca a fundação de Três Lagoas. Historiadores relatam que a praça é um museu ao céu aberto, retratando o primeiro desenvolvimento econômico da cidade: a pecuária.

De acordo com os livros de história, várias comitivas passavam pelo local para o comércio de gado, uma atividade central para a economia inicial de Três Lagoas. No princípio, a pecuária era a principal atividade econômica desenvolvida pelos sertanejos fundadores do local. Atualmente, ainda há criação de bovinos, mas a atividade perdeu espaço para as imensas florestas de eucalipto.

O único carro de boi férreo está localizado na Praça. Era uma composição utilizada entre o final do século 19 e início do século 20 para transportar máquinas, mercadorias e alimentos diretamente dos trens para os estabelecimentos distribuidores.

Outra lenda que ronda este local é que em cima do Obelisco há um pote de ouro, mas ninguém jamais o encontrou. O professor de história da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Andrey Martin, fala sobre a importância deste local. “No caso de Três Lagoas, que é uma cidade centenária, seus patrimônios e monumentos históricos permitem que visualizemos como o passado ainda exerce influência e interpretações no presente. Dois exemplos importantes são o Obelisco e a antiga Feira do Gado. O Obelisco, amplamente conhecido, rememora o período inicial de formação de Três Lagoas, conectado a grupos específicos e a uma atividade que ainda tem relevância para a população, que é o gado. Este patrimônio foi tombado em maio de 1982, o que reforça a importância na representação de determinados grupos no contexto atual”.

Na Praça, ainda é possível ver o bebedouro utilizado pelas comitivas, que data do início da década de 1920. Já na avenida Rosário Congro, outro marco importante narra a chegada de um povo que veio de longe e ajudou a cidade a crescer, o monumento do centenário da imigração japonesa para o Brasil, um projeto do artista plástico Humberto Espíndola, inaugurado em 2008.

A colônia japonesa chegou na cidade em meados de 1910, com os primeiros imigrantes sendo da família Yamaguti. A chegada dos japoneses à região de Três Lagoas aconteceu dois anos após o desembarque da primeira leva de imigrantes nipônicos, do navio Kasato Maru, em 18 de junho de 1908, em Santos (SP).

A equipe de reportagem do Grupo RCN encontrou o aposentado Hiroshi Omachi, nascido no Japão. Ele estudou na escola agrícola até os 22 anos no distrito de Hyogo, depois foi para Pedro Juan Caballero, no Paraguai, e se mudou com a família para Três Lagoas em 1979. Ele lembra que naquela época havia 120 famílias japonesas na região. “Quando eu cheguei, durante quatro anos, eu tinha que ficar na fazenda e só podia ir para a cidade a cada duas semanas. A associação japonesa não tinha muito conhecimento. Após cinco anos que eu comecei a vir para a cidade. Já havia a festa Bon Odori, comemorada anualmente em junho”.

Hiroshi Omachi e a esposa dele Harumi Omachi tiveram quatro filhos. Em Três Lagoas, apesar do trabalho pesado na lavoura, Hiroshi encontrou a tranquilidade e segurança necessárias para criar a família.

Mesmo após todos esses anos, ele ainda carrega o sotaque japonês. A esposa, sempre ao lado dele, acompanha atentamente a fala do companheiro de vida. Japonês de nascimento, paraguaio por um tempo, Hiroshi se considera um verdadeiro três-lagoense e explica por que gosta tanto de Três Lagoas. “Eu gosto muito, não quero mudar daqui. Apesar da cidade ser muito quente, não quero sair, estou gostando".

Veja a reportagem abaixo: