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Rota Bioceânica cada vez mais perto de conectar os países do Mercosul por MS

Construção da 'ponte bioceânica' sobre o Rio Paraguai é caminho para o rápido crescimento econômico da região

MegaProjeto desenvolvido pela Itaipu Binacional - foto: MOPC
MegaProjeto desenvolvido pela Itaipu Binacional - foto: MOPC

Esta semana o Consórcio PY-BRA, responsável pela construção da ponte sobre o Rio Paraguai, instalou a quarta estaca de sustentação da obra que vai ligar as cidades de Carmelo Peralta, no Alto Paraguai, à Porto Murtinho, em Mato Grosso do Sul, e permitir a implantação do corredor bioceânico. Os trabalhos de fundação começaram no início do mês, do outro lado da fronteira onde serão instaladas nove estacas de um total de 20, no trecho dos viadutos de acesso à ponte estaiada que terá 1.300 metros de extensão e uma altura de 630 metros.

A ponte está sendo custeada pela Itaipu Binacional/PY no valor de US$ 89,7 milhões, aproximadamente R$ 485 milhões, e é o início da concretização de um sonho de décadas do sul-mato-grossense para a implantação da Rota Bioceânica, uma conexão entre os oceanos Atlântico e Pacífico via Brasil, Paraguai, Argentina e Chile. Este último com os portos de destino para as exportações e importações de mercadorias de países do leste Europeu e da Ásia. Atualmente, os navios cargueiros internacionais passam pelo Canal do Panamá para cruzar os oceanos. 

A implantação da Rota Bioceânica, integrando centros de distribuição de mercadorias, a partir dos portos brasileiros e chilenos, deve encurtar em até oito mil quilômetros a distância percorrida hoje no transporte de cargas internacionais e, assim, reduzir os custos, gerando novas oportunidades de negócios para toda a região. A Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) desenvolve o projeto UEMS na Rota Bioceânica, a partir do qual foi criada uma rede de 140 pesquisadores, reunindo cinco universidades do Brasil, uma do Paraguai, três da Argentina e duas do Chile.  O coordenador dos trabalhos, Prof. Dr. Ruberval Franco, explicou que os projetos de pesquisa abrangem temas que vão desde a saúde do caminheiro, formação de profissionais, direito aduaneiro, inovação no agronegócio, inteligência artificial, até as potencialidades dos municípios no caminho da rota.

“A proposta é apontar ações importantes e, para isso, criamos um canal de diálogo entre as universidades e os setores empresarial e governamental, para alinhar e propor soluções para a população que será diretamente impactada pela Rota Bioceânica”, enfatizou Franco que também destacou a importância dos investimentos em segurança e tecnologia nos municípios que estão no caminho do novo corredor.

Uma das grandes expectativas com a implantação da rota é para as oportunidades que virão no mercado de trabalho no estado. O gerente regional do Senai, Rodolpho Mangialardo alerta para a qualificação da mão de obra e mudanças fundamentais na prestação dos serviços. “Por exemplo, em restaurantes no caminho da rota, os cardápios precisam de traduções. Tem toda uma infraestrutura que precisa ser implantada na base e ser desenvolvida”, completou Mangialardo.