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Falta de educação financeira leva ao endividamento, diz especialista

Segundo Associação Comercial e Industrial de Três Lagoas, dívidas ultrapassam o valor de R$170 mil só em março

Segundo Associação Comercial e Industrial de Três Lagoas, dívidas ultrapassam o valor de R$170 mil só em março - Divulgação
Segundo Associação Comercial e Industrial de Três Lagoas, dívidas ultrapassam o valor de R$170 mil só em março - Divulgação

A falta de educação financeira é o principal motivo pelos quais muitos brasileiros estão endividados. Em Três Lagoas o cenário não é muito diferente e a dívida dos moradores da cidade chega a R$170 mil. As informações são da Associação Comercial e Industrial da cidade. 

Segundo a doutora em economia aplicada, Damaris Bento, muitas pessoas não conseguem entender onde está sendo gasto o dinheiro delas. Por isso, ressalta a importância de fazer um controle orçamentário. “Nós vivemos em um mundo onde o mercado nos seduz a comprar. Com isso, a maioria dos brasileiros vive um padrão de vida que não consegue sustentar”.

Ela explica ainda como funciona o comportamento financeiro da população em geral. “Vivemos um dia após o outro sem pensar no futuro e sem fazer uma reserva financeira. Sem controle, o endividamento fica mais fácil”. 

Damaris diz ainda que a educação financeira é uma das principais estratégias contra isso, entretanto sabe que nem sempre estes conhecimentos são adquiridos como deveriam ser. “São práticas que precisam ser vivenciadas no âmbito escolar e familiar desde a infância para que os adultos possam ter uma vida financeira mais saudável”. 

Quem acredita que para sair das dívidas basta apenas cortar despesas pode estar muito enganado. Damaris ressalta que, antes de tudo, é preciso ter clareza e entender para aonde estão caminhando os seus gastos. “Se a sua maior despesa é com contas fixas [aluguel, água, luz etc] e ela é maior do que o que você ganha, talvez seja a hora de rever o seu padrão de vidas, pois ele não cabe dentro do seu orçamento”. 

Mas se você gasta muito com coisa supérfluas e desnecessárias, é preciso fazer ajustes pontuais para que os cortes não sejam ‘doloridos’. “Cortar tudo de uma vez faz com que o processo se torne insustentável. A educação financeira precisa ser leve e contínua para funcionar”. 

Mais de 80 pessoas tiveram seus nomes incluídos no serviço de proteção ao crédito em Três Lagoas entre os dias 1º e 13 de março deste ano. O número é menor do que o que foi registrado no mesmo período no ano passado, porém, em 2023, as dívidas estão mais altas.

Nos primeiros 13 dias de março de 2022, 158 pessoas ficaram com o ‘nome sujo’ devido à inadimplência, entretanto o valor devido era de, aproximadamente R$160 mil. 

A dívida só é menor se comparada ao mês de fevereiro deste ano, quando as contas dos três-lagoenses somaram R$190 mil, isto é, de um mês para o outro, houve uma redução de, pelo menos, R$ 20 mil.