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Em meio à eleição, vereadores querem aumentar salário de prefeita em mais de R$ 35 mil

Alegando defasagem salarial, vereadores querem aumentar salário de R$ 21.263,62 para R$ 35.462,22

O único secretario que deve permanecer é o de Cultura Max Freitas - PMCG/MS
O único secretario que deve permanecer é o de Cultura Max Freitas - PMCG/MS

Em pleno período eleitoral onde as atenções estão polarizadas entre bolsonaristas e lulistas, os vereadores de Campo Grande apresentaram e retiraram na sequência o projeto de lei 10.786/2022 que pretende aumentar o salário da prefeita Adriana Lopes (Patriota) em R$ 35 mil. O reajuste seria de 159%, saindo do valor de R$ 21.263,62 para R$ 35.462,22. O projeto foi publicado na edição de segunda-feira (17) do Diário Oficial da Câmara Municipal de Campo Grande e hoje já não consta mais no sistema da Casa de Leis com a justificativa de ser readequado o texto.

Caso a Câmara de vereadores aprove o projeto, a prefeita Adriana Lopes teria o mesmo salário que o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) que é de 35.462,27. Se o Supremo Tribunal Federal não tivesse reajustado seus próprios salários o valor do soldo da atual prefeita de Campo Grande se aproximaria ao valor pago aos ministros que é de R$ 39.293,32. Ano que vem o salário dos ministros pode superar os R$ 46 mil.

Segundo o projeto apresentado, "o subsídio mensal do(a) Prefeito(a) do Município de Campo Grande fica fixado no valor de R$ 35.462,22 (trinta e cinco mil, quatrocentos e sessenta e dois reais e vinte e dois centavos), equivalente a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o do(a) Vice-Prefeito(a) no valor de R$ 31.915,80 (trinta e um mil, novecentos e quinze reais e oitenta centavos)".

Na redação do projeto, consta ainda que o subsídio mensal dos Secretários Municipais do Município de Campo Grande fica fixado no valor de R$ 30.142,70 (trinta mil, cento e quarenta e dois reais e setenta centavos).

A justificativa do projeto explica que o subsidio do chefe do Poder Eecutivo municipal estava defasado desde 2012 em 72% pois já não vinha sendo concedido os devidos reajustes inflacionários. Naquela oportunidade (2012) o reajuste do subsídio foi 33%, considerando passar de R$ 15.882,00 para R$ 20.412,42 (vinte mil, quatrocentos e doze reais e quarenta e dois centavos)1, faltando uma reposição de 39% e assim permaneceu até 2019, quando sofreu ínfimo reajuste de 4,17%, representando a quantia de R$ 21.263,62 (vinte e um mil duzentos e sessenta e três reais e sessenta e dois centavos) que conserva-se até a presente data, ou seja, 10 (dez) anos praticamente sem reajuste e 18 (dezoito) anos amargando a corrosão do seu salário pela inflação.

Atualmente, a inflação acumulada nesses últimos dez anos (2013 a 2022), é de 76,70%, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país. O saldo da defasagem inflacionária correspondente ao período de 2004 a 2022, acarretou uma perda do poder aquisitivo no percentual de 39% (2004 a 2012) + 76,70%, % (2013 a 2022) que resulta em 115,70% (soma de todo o período de defasagem salarial).