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Rota Bioceânica

Ponte Bioceânica: 61 estacas foram instaladas no subsolo paraguaio

No lado brasileiro da obra, o terreno começou a ser preparado para receber as primeiras estacas

Obras de fundação da ponte bioceânica no lado paraguaio - Divulgação Consórcio Binacional
Obras de fundação da ponte bioceânica no lado paraguaio - Divulgação Consórcio Binacional

Em pouco mais de três meses de trabalhos, as obras de fundação da principal ponte da Rota Bioceânica, sobre o Rio Paraguai, entre as cidades de Carmelo Peralta  (PY) e Porto Murtinho, em Mato Grosso do Sul, estão dentro do prazo esperado. Até agora, mais de 60 das 142 estacas da estrutura de sustentação da ponte no lado paraguaio foram instaladas no subsolo.

Ao todo, serão quase 300 estacas implantadas no subsolo nos dois lados da ponte, sendo 152 estacas no lado brasileiro, onde as obras de preparação do terreno começaram há poucos dias. O projeto está sendo executado pelo Consórcio Binacional Paraguai-Brasil formado pelas empresas Tecnoedil Constructora SA, Cidade Ltda e Paulitec Construcciones com valor de US$ 89,7 milhões, aproximadamente R$ 485 milhões.

Obras Ponte Bioceânica nos dois lados do Rio ParaguaiObras de fundação nas duas margens do rio Paraguai – Foto: Consórcio Binacional

A Ponte Bioceânica terá uma extensão total de 1.300 metros, dividida em três trechos: dois constituirão os viadutos de acesso, localizados nas duas margens do rio Paraguai, e um corresponderá à parte estaiada de 630 metros, na área central da passarela. A previsão de término é para 2024.

A Rota Bioceânica vai permitir a conexão Brasil-Chile por meio de rodovias interligando os oceanos Atlântico e Pacífico, desde os portos no litoral brasileiro até os portos chilenos, reduzindo os custos com o transporte  de mercadorias e encurtando distâncias.

Governadores Argentinos buscam informações do Brasil e de MS 

Esta semana, governadores das nove províncias que formam o Norte Grande da Argentina participaram de reunião, em Brasília, para conhecer em detalhes as oportunidades de desenvolvimento econômico e social que se abrem com a implantação da Rota Bioceânica, um corredor rodoviário ligando o Brasil ao Chile e que passará pelo Paraguai e essa região da Argentina. A reunião aconteceu na sede da Embaixada argentina e estavam presentes autoridades do Itamaraty, do Ministério de Infraestrutura e representantes dos governos do Paraná e de Mato Grosso do Sul.

A região Norte Grande da Argentina é o trecho por onde irá passar a Rota Bioceânica naquele país. Ela é composta pelas províncias de Tucumán, Salta, Santiago del Estero, Jujuy, Catamarca, La Rioja, Misiones, Chaco, Corrientes e Formosa, e abrange uma área de 850 mil quilômetros quadrados onde residem 9 milhões de pessoas, ou seja, 20% da população argentina. É uma região grande produtora de vinhos e atualmente precisa direcionar a Buenos Aires toda sua produção para depois acessar outros mercados, como o brasileiro. Com a Rota Bioceânica esse caminho será encurtado consideravelmente, o que se traduz em redução no preço final da mercadoria. Os governadores ficaram entusiasmados com as possibilidades de desenvolvimento que a Rota oferece e já se articulam para apoiar sua concretização. “Essa reunião foi importante porque, pela primeira vez, reunimos governadores da região Norte da Argentina por onde a Rota irá passar. Já tivemos várias tratativas com governadores das províncias do Chile e do Paraguai, mas com os argentinos foi a primeira vez”, disse o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck.

Reunião com governadores argentinos sobre a Rota BioceânicaReunião na Embaixada Argentina com representantes do Brasil e do MS – Foto: Divulgação Secom/MS

Os governadores do Norte Grande argentino tinham pouco conhecimento sobre o projeto, inclusive as oportunidades que se ampliam para o comércio local. E o Brasil tem estudos muito mais aprofundados de todos, mostrando todos os impactos previstos, o que foi apresentado a eles nessa reunião. “O que precisamos, agora, é que esses governadores, junto com o governo central, elaborem um cronograma de investimento na infraestrutura necessária para consolidar a Rota no trecho argentino”, frisou Verruck.

Estudos do DNIT

Durante a reunião, o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte) apresentou estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental (EVTEA) das obras necessárias na BR-267, desde a divisa com São Paulo até Porto Murtinho, e do acesso à ponte sobre o rio Paraguai, em Porto Murtinho. Esses estudos já trazem a previsão dos recursos que serão necessários para implementar as obras: mais de R$ 900 milhões, sendo que só para readequar a BR-267 – incluindo a implantação de um trecho de 71 quilômetros de asfalto partindo de Nova Alvorada e desviando de Rio Brilhante – estão previstos R$ 728 milhões.

O acesso a Porto Murtinho já está em fase mais adiantada, inclusive com recursos da ordem de R$ 180 milhões garantidos no Orçamento da União. Serão implantados 14 quilômetros de asfalto desde a BR-267 até a ponte sobre o rio Paraguai, na altura de Carmelo Peralta. Compreende ainda a construção de 7 pontes de concreto e dois trevos: um no início do acesso, na BR-267, e outro aproximadamente após cinco quilômetros, de onde deve partir uma nova rodovia para acessar a cidade de Porto Murtinho.

Na margem dessa rodovia também será implantado o Porto Seco de Porto Murtinho, um complexo alfandegário que abrigará as aduanas do Brasil e do Paraguai para dar agilidade ao desembaraço das cargas que trafegarão pela Rota Bioceânica. Os investimentos necessários para implantar esse complexo alfandegário não estão inclusos no orçamento apresentado pelo DNIT.

*Com informações do Governo de MS