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Editorial

Estreitamento de nossas ruas

Confira o editorial do Jornal do Povo, da edição deste sábado (1)

Confira o editorial do Jornal do Povo, da edição deste sábado (1) - Arquivo/RCN67
Confira o editorial do Jornal do Povo, da edição deste sábado (1) - Arquivo/RCN67

Um dos aspectos que encantavam aqueles que visitavam Três Lagoas há anos passados era o traçado de nossa cidade, que ainda hoje, se caracteriza pelas suas largas ruas e avenidas na área central. O engenheiro Oscar Guimarães foi quem desenhou o primeiro plano urbanístico de Três Lagoas, quando, então, apresentou o seu primeiro traçado, que tinha a configuração de ruas perpendiculares uma as outras convergindo todas para um ponto central.

Entretanto, a proposta inicial foi aprimorada e um segundo traçado, aprovado, adotou a figura de um grande quadrilátero formado pelas avenidas que hoje ostentam os nomes de Rosário Congro, Olinto Mancini, Eloy Chaves e Filinto Muller. Todas, com duas mãos de direção. Os canteiros centrais das avenidas vieram com o tempo para embelezar mais ainda nossas largas avenidas.

Os anos se passaram e a cidade foi se expandindo e os primeiros loteamentos que deram origem há vários bairros, observaram o seu traçado original, uma vez que as novas ruas continuaram sendo prolongamentos das existentes. E dessa maneira Três Lagoas garantiu sem desfiguração o plano urbanístico concebido por Oscar Guimarães. Entretanto, a partir dos anos de 2000 em diante para atender as necessidades de modernização da cidade e “baixar a poeira” que inferniza a vida das donas de casas e suas famílias, a prefeitura começou a asfaltar ruas dos bairros da cidade. Infelizmente, no afã de economizar o custo da obra e asfalto na pavimentação dessas ruas, alargaram as calçadas e em alguns lugares para até mais de quatro metros de largura e, hoje, em alguns outros, em até seis metros.

Essa decisão de se estreitar via públicas em  dezenas de bairros, que continuam sendo asfaltados, acabou dificultando o fluxo de trânsito de veículos, que se agrava mais ainda, quando o condutor se depara com veículos estacionados nos dois lados da artéria. Se a rua tem duas mãos de direção, pior ainda. Além do mais, daqui a alguns anos com o crescimento de Três Lagoas, certamente essas calçadas terão que ser “arrebentadas” e estreitadas para garantir mais fluidez ao trânsito. Guias e sarjetas terão que ser removidas, nova compactação na rua terá que ser executada para receber o asfalto e os passeios públicos refeitos.

Portanto, a economia de hoje, vai gerar um gasto maior no futuro. A administração municipal deve refletir, recalcular custos e voltar a preservar o traçado original de rua com 12 metros de largura como sempre foram as ruas da cidade. Notável a decisão de se asfaltar a antiga rua Custódio Andrias, que margeia o antigo leito férreo da saudosa Noroeste do Brasil. Quem hoje visita essa obra vê o arrojo do administrador municipal e fica encantado com esta avenida que interligará bairros populosos de Três Lagoas.

Mas, ao mesmo tempo um pouco apreensivo, porque vê largas calçadas por conta do estreitamento de uma artéria que tornando-se avenida, poderia ser um das mais bonitas da cidade ornada com belo e florido canteiro central e uma iluminação de fazer dia. Ainda é tempo para se rever o alargamento de calçadas na cidade, até porque uma nova avenida está sendo urbanizada. É o caso da avenida Jary Mercante.

O que se deseja é que nossas avenidas continuem largas e majestosas, como são as quatro primeiras avenidas que formaram o quadrilátero que se expandiu e tornou Três Lagoas, grandiosa e pujante cidade dos nossos tempos.