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Definição

Suzano terá 46,6% de nova companhia de celulose após fusão com a Fibria

Negócio movimentou o mercado de ações ; Suzano será controladora da empresa

Chegou ao fim a disputa acirrada pela Fibria, maior fabricante de celulose de eucalipto do mundo, com fábricas em quatro estados brasileiros – uma delas em Três Lagoas. A Fibria, através de seus acionistas controladores – Votorantim e BNDES Participações (BNDESpar) – assinaram nesta sexta-feira (16) um acordo com a Suzano Holding e com acionistas controladores da Suzano Papel e Celulose para combinar as operações e bases acionárias das duas empresas por meio de uma reorganização societária.

A fusão permitirá que as duas companhias tenham a maior produção de celulose do mundo. Juntas, as companhias terão valor de mercado superior a R$ 83 bilhões, com 37 mil funcionários diretos e indiretos. 
A Suzano será a controladora e terá 46,6% da estrutura societária da nova companhia resultante da fusão. A Votorantim, que hoje detém fatia de 29,42% na Fibria, passará a ter participação minoritária de 5,6%. O BNDESpar, que possui 29,08% da Fibria, terá 11,1% após a união das companhias. 

A Fibria é fruto da fusão da Votorantim Celulose e Papel (VCP) com a Aracruz, ocorrida em 2009. As companhias não informaram qual será o novo nome da empresa. A operação será concluída após a aprovação pelas assembleias de acionistas da Suzano e da Fibria e da análise e aprovação pelos órgãos reguladores brasileiros. 

Após a conclusão da operação, a Suzano será a maior empresa brasileira do agronegócio e a 5ª maior companhia não financeira do Brasil.

O Conselho de Administração da Fibria tem até 15 dias, contados a partir de ontem, para deliberar sobre os termos do acordo. Até a data da consumação da operação, Fibria e Suzano não sofrerão qualquer alteração na condução de suas atividades e permanecerão operando de forma independente. 

O acordo prevê multa de R$ 750 milhões em favor da Fibria se a fusão não se materializar em função de restrições por parte de autoridades concorrenciais no Brasil e no exterior. A multa pode incidir em determinadas outras condições de não consumação da operação, conforme expressamente previstas no compromisso.

“Esse acontecimento representa o fortalecimento do setor de base florestal do Brasil. A combinação de Fibria e Suzano seguramente consolidará essa trajetória de desenvolvimento sustentado, excelência operacional, dedicação e talento das pessoas, respeito ao meio ambiente e às comunidades, e contribuição para o país”, afirma o presidente da Fibria, Marcelo Castelli. 

“Estamos anunciando uma transação equilibrada e que reafirma a nossa estratégia de negócios”, disse Walter Schalka, presidente da Suzano, ressaltando que, a combinação dos negócios não deverá encontrar dificuldades ou restrições das autoridades brasileiras para ser aprovada.

INTERESSE
A holandesa Paper Excellence – atual dona de 49% da Eldorado Brasil, fabricante de celulose com sede em Três Lagoas – também estava na disputa e havia feito uma proposta de R$ 40 bilhões pela participação da BNDESpar na Fibria. A compra configuraria um monopólio. Seriam três unidades no Estado de uma única empresa.