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Três Lagoas

Justiça questiona Petrobras sobre venda da UFN 3

Juíza quer informações sobre venda da indústria pela Petrobras e indaga possibilidade de pagamento a credores

A juíza da Vara de Fazenda Pública de Três Lagoas, Aline Beatriz Lacerda, quer informações da Petrobras sobre o processo de venda da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN 3), em construção na cidade, ao grupo empresarial Acron Group, da Rússia, e possível responsabilização da empresa compradora sobre pagamento de credores.

 O questionamento consta em ação civil pública movida pelo Ministério Público Estadual, em 2015, contra a Petrobras e o Consórcio UFN 3 – formado pelas empresas Galvão Engenharia e Sinopec -, responsável pela construção da fábrica.

Na época, a juíza determinou o bloqueio de R$ 36 milhões da Petrobras para pagar empresários de Três Lagoas que prestaram serviços ao consórcio. Apesar disso, cerca de 130  deles ainda não receberam.
“Tendo em vista que a demanda se restringe a eventuais créditos enumerados nas planilhas encartadas pelo Ministério Público, torna-se importante para o deslinde desta ação, saber se o pagamento desses créditos estão sendo negociados e contabilizados como condição de alienação da UFN 3, em atenção inclusive à efetividade do processo”, diz um trecho do despacho da juíza.

Aline Beatriz justifica ainda que, se a ação coletiva for julgada procedente “o que não se garante, será necessária a instauração de uma segunda fase para eventual comprovação de assuntos secundários relacionados à suposta dívida”. Por isso, entende ser necessário obter informações da negociação envolvendo dívidas contraídas pelo consórcio.

“Diante desse cenário, entendo como prudente, antes de prolatar qualquer sentença, ter conhecimento acerca das tratativas da venda para, se for o caso, enfrentar o mérito desta ação coletiva, sob pena de violar a própria efetividade do processo e solução pacífica dos conflitos”, justifica. A magistrada deu um prazo de 30 dias para a Petrobras se manifestar.

TRABALHISTA
No início do mês, o Ministério Público e a Justiça do Trabalho de Três Lagoas recomendaram à Petrobras, ou ao grupo russo, o pagamento de uma dívida trabalhista no valor de R$ 30 milhões a trabalhadores da construção da fábrica, paralisada desde dezembro de 2014. A Petrobras quer a revisão de todos os processos já julgados em primeira instância e atualmente no tribunal estadual.

Também no começo do mês, a Petrobras confirmou o início das negociações com o Acron Group para a venda das fábricas de fertilizantes de Três Lagoas e do Paraná, que serão vendidas em negociação única.