“Negra desgraçada, preta burra, vagabunda, lugar de faxineira é na limpeza”, foram os xingamentos proferidos por uma colega de trabalho, que é branca, a uma auxiliar de serviços gerais dede 45 anos. A mulher, trabalha em um comércio de Paranaíba (MS) e os xingamentos aconteceram na frente de outros clientes.
Segundo a vítima, que preferiu não se identificar, a perseguição a ela, já acontece há algum tempo e a situação piorou porque a colega disse estar cansada de ensina-la. “Ela me disse que está cansada de ficar me ensinando a fazer as coisas, mexer na calculadora, por exemplo, e por isso me chamou de burra”, contou.
No momento das ofensas, a mulher contou que apenas disse que contaria para os proprietários, mas a colega retrucou dizendo que não havia problema, pois estavam cansados dela.
Os clientes que estavam no comércio saíram em defesa dela e disseram que não queriam ser atendidos pela agressora, disse a vítima. “Eu fiquei sem reação na hora por estar na frente de outras pessoas e alguns clientes disseram que não queriam ser atendidos por ela”, disse.
O fato se repetiu novamente, no sábado (28), enquanto a mulher limpava o estabelecimento. A acusada teria jogado água no piso para que ela limpasse novamente.
A mulher, que é analfabeta e está tendo o primeiro contato com os estudos agora, ligou para as filhas chorando e contou o que havia acontecido.
“Não é de agora que eu sou humilhada por não saber as coisas, não saber ler e até mesmo por conta da minha cor, mas eu nunca me importei só que agora doeu muito”, assinalou.
Em contato por telefone ela disse que não pretende registrar boletim de ocorrência ou entrar com ação contra a colega, por respeito aos proprietários do comércio, mas caso o fato se repita ela repensará a atitude.
Legislação
De acordo com artigo 140 de o Código Penal Brasileiro injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro, caberá pena, detenção, de um a seis meses, ou multa.
