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Professores da UFMS se manifestam sobre visita de alunos no campus da universidade

Ministério Público apura se a liberação de alunos de escola estadual no período escolar serviu de manobra política

Catorze professores da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), campus de Três Lagoas, resolveram se manifestar após notícia de que o Ministério Público Estadual estaria apurando a participação de crianças e adolescentes em manifestação contra medidas adotadas pelo governo do presidente Michel Temer (PMDB).

Na sexta-feira (4) a promotora da Infância e Juventude de Três Lagoas, Ana Cristina Carneiro Dias, encaminhou um ofício a direção da Escola Estadual Padre João Thomes solicitando informações sobre a participação de alunos da unidade no movimento de ocupação da UFMS. A promotora apura se a liberação de alunos no período escolar serviu de manobra política pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinted).

Um comunicado assinado por 14 professores diz que, a  UFMS  possui uma relação histórica com a Escola Estadual Padre João Thomes, uma vez que há anos desenvolve projetos de ensino e extensão nesta unidade escolar.

“A visita de professores e alunos da Escola à Universidade para realizar oficinas é prática comum, igualmente a circulação de professores e estudantes universitários na Escola. Esses profissionais e estudantes desenvolvem atividades de Estágio e do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), bem como outros projetos de extensão, com destaque aos projetos de Hortas Agroecológicas, Alimentação Saudável e Zika Zero quando desenvolvem atividades em laboratórios da UFMS”, diz o comunicado.

O comunicado diz ainda que o Curso de História, particularmente, consta inclusive em seu Projeto Pedagógico o trabalho prioritário com a Escola João Thomes, na construção de espaços de troca de saberes que permita o aperfeiçoamento do trabalho docente na Escola e no Curso de História. A parceria, segundo os professores, foi construída tanto pela proximidade geográfica, uma vez que a Unidade II da UFMS está no mesmo bairro que a escola, na Vila Piloto, como pela abertura da administração e dos profissionais da escola para os profissionais e estudantes universitários. Da mesma forma, acrescenta que a relação da universidade com a comunidade da Vila Piloto é permanente, inclusive pela circulação de moradores pelo Campus, que cruzam a universidade para cortar caminho até a avenida Ranulpho Marques Leal.

“Portanto, não causou estranhamento a visita à UFMS/campus de Três Lagoas de alunos e professores desta unidade escolar – ou de outros estabelecimentos escolares que por ventura ocorresse –, no intuito de acompanhar aula pública ministrada por professores da UFMS, organizada pelo Movimento de Ocupação. Situação que se justifica pelo fato da Universidade ser referência para a Escola Padre João Thomes, e a comunidade da Vila Piloto, como território de troca de saberes”, finaliza o comunicado.