Quem anda pelas ruas da cidade constata um grande número de imóveis ostentando a placa de aluga-se. Esse fato evidencia o atual momento do setor imobiliário de Três Lagoas que passa por uma fase de desaquecimento. Mas, um dos principais fatores para isso, é o preço para locação cobrado pelos proprietários de imóveis, que querem receber aluguéis acima do valor de mercado, segundo o empresário do ramo imobiliário e segundo vice- presidente do Conselho Regional de Imóveis (CRECI/MS) , Antônio Alves de Souza.
Com a paralisação das obras da fábrica de Fertilizantes Nitrogenados da Petrobras, houve a desocupação de centenas de imóveis em Três Lagoas. Entretanto, para Antônio, muitas casas estão fechadas com placa de aluga-se, porque o valor que os proprietários querem receber pelo aluguel é considerado elevado pelos locatários. Segundo Souza, se o preço do aluguel estivesse dentro da atual realidade de Três Lagoas, esses imóveis estariam todos alugados. “Mesmo com o atual cenário que Três Lagoas apresenta, ainda existe muita procura de imóveis para alugar. Se o proprietário que deseja locar seu imóvel pedisse um valor dentro da realidade, certamente, não haveria tantos imóveis com placas para alugar. Se for pedido valor dentro do mercado, somem 50% das placas”, destacou.
Em razão de não ter nenhuma grande obra em execução em Três Lagoas, o empresário informou que houve uma diminuição no preço do aluguel na cidade, se comparado ao período de pico de alguns empreendimentos já executados no município. Ainda assim, considera que os valores pretendidos para locação estão acima do valor de mercado. Por exemplo, um imóvel que chegou a ser locado por R$ 2 mil, hoje é alugado por R$ 1,5 mil. Uma casa de padrão mais popular, que já chegou a ser alugada por R$ 1,3 mil, atualmente é locada por R$ 800. Entretanto, segundo Antônio de Souza, um imóvel desse em Campo Grande, é alugado por R$ 700. “Houve sim uma redução no valor do aluguel em Três Lagoas, mas se comparado ao preço praticado em Campo Grande, estamos fora da realidade”, salientou.
REDUÇÃO
O maior percentual de redução, segundo o empresário, ocorre em relação aos imóveis que antes eram alugados por um preço acima de R$ 2 mil. “O mercado imobiliário de Três Lagoas está oscilando demais, tem altos e baixos. Sempre digo que o mercado de locação de Três Lagoas esteve aquecido por causa dos contratos temporários. Uma locação tem um período de dois anos, e o contrato das empresas também é de dois anos. Ou seja, acabou a construção, os trabalhadores vão embora, e o mercado volta à normalidade. Portanto, o nosso mercado oscila demais, já que são alugados para funcionários temporários”, explicou.
Mesmo que o município volte a receber um grande empreendimento, Souza disse que o valor pode até aumentar. Entretanto, quando o mercado está aquecido, disse que a tendência são os investidores construírem mais imóveis para alugar. “Com isso o mercado fica abastecido de imóveis para locação e o valor do aluguel diminuiu”, esclareceu.
INATIVO
Ainda de acordo com Antônio de Souza, o mercado imobiliário, tanto para venda, quanto para locação, está inativo neste início de ano. Entretanto, disse que essa situação é normal em todo começo de ano, com exceção dos imóveis de locação em locais de temporadas. Para o início de março, segundo Souza, o mercado começa a voltar ao normal. “Isso é estratégico, porque os empresários vão fazer um reestudo sobre investimentos, analisar as taxas de juros, entre outras questões. A Caixa Econômica Federal é um balizador do mercado imobiliário em razão do financiamento. E, para este ano, a Caixa já captou vários recursos para investir no mercado imobiliário, esta é uma boa notícia”, antecipou.
