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Três Lagoas

Três Lagoas tem o 3ª maior índice de homicídio de adolescentes

Estudo foi feito com adolescentes de 12 a 18 anos

Estudo divulgado nesta semana, pelo Observatório das Favelas, colocou Três Lagoas entre as três cidades de Mato Grosso do Sul com maior índice de homicídio entre adolescentes de 12 a 18 anos.

De acordo com o Índice de Homicídios na Adolescência (IHA), que estima o risco de adolescentes de 12 a 18 anos serem assassinados antes de completarem seu 19º aniversário, a cidade teve um índice de 1,70 homicídios de jovens para cada grupo de mil habitantes. A taxa é superior à de Campo Grande, onde a margem é de 1,10 assassinatos para cada mil adolescentes.

A estimativa, analisou o estudo, é que em 2012  – ano base do estudo – , 20 jovens perdessem suas vidas de forma violenta antes de completarem 19 anos. O número representa queda em comparação ao levantamento anterior. Em 2011, a expectativa é que 21 jovens fossem assassinados, um IHA de 1,71 homicídios para cada grupo de mil. A cidade possuía, naquele ano, cerca de 12 mil jovens nessa faixa etária.

O estudo mostrou ainda que a cidade está abaixo da média estadual. Em Mato Grosso do Sul, o índice foi de 1,91, o que fez com que o Estado ficasse entre os últimos colocados no Brasil, em 22º lugar entre os 27 estados brasileiros. A média nacional em 2012 para que cada mil garotos de 12 anos 3,32 morressem antes de completar 19 anos no país.

No Estado, ficaram à frente de Três Lagoas, cidades como Dourados, que apresentou IHA de4,79 homicídios para cada grupo de mil adolescentes, considerado alto; e Corumbá, índice de 2,50. Nesses dois municípios houve aumento entre 2011 e 2012.

De acordo com o delegado Regional, Vitor José Fernandes Lopes, em Três Lagoas, a maioria dos casos de homicídio são contra jovens com idade entre 20 a 29 anos. Em 2013, quando a cidade registrou um total de 22 homicídios, somente uma das vítimas tinha menos que 20 anos, um rapaz de 19. Nenhum adolescente foi morto. No entanto, desse total, nove vítimas tinham de 20 a 29 anos.

A mesma estimativa se repetiu no ano de 2014. De acordo com levantamento feito pela Delegacia Regional, dos 17 homicídios do ano, apenas uma das vítimas tinha menos que 20 anos, um jovem de 18. Em contrapartida, cinco tinham de 20 a 29 anos.

“A nossa taxa de homicídio envolvendo adolescentes não é alta, felizmente. A maioria é adulto e, mesmo assim, tem caído de um ano para o outro, como mostraram os números. Além disso tivemos um índice de casos resolvidos de 90%, maior que a média estadual , que foi de 60%”.

Para o delegado, é difícil explicar as causas de um homicídio. No entanto, ele cita o envolvimento com o tráfico e a briga entre grupos rivais como uma das causas de morte entre jovens.

O Índice de Homicídio de Adolescentes (IHA) é feito pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Observatório de Favelas e Laboratório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (LAV-UERJ).