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Opinião

O Grito das ruas

Manifestações evidenciou o descontentamento do povo brasileiro

As manifestações de domingo passado no país, principalmente nos grandes centros urbanos, evidenciou o descontentamento do povo brasileiro. Pacificamente, sem a interferência de vândalos, o povo na rua tranquilo e democraticamente deu o seu recado. Basta! Chega de corrupção e mentira. Educação, saúde, segurança pública, mais emprego e renda, entre tantas outras demandas de interesse coletivo, são aspectos da vida política e administrativa do país, que atestam os níveis de desenvolvimento que nos encontramos e queremos alcançar. Esses são os desafios que devem obrigatoriamente mirar os nossos governantes na consecução do bem estar geral da população. A sociedade civil nada mais deseja do que trabalhar e  produzir para engrandecer o país e alcançar os patamares de satisfação e felicidade que almeja. Alegre o povo nas ruas disse por que nelas se encontrava. Abastados e assalariados se confraternizaram numa simbiose que exorna a alma brasileira. Não houve violência, pois o espírito democrático falou mais alto. O grito do povo nas ruas ecoou nos centros do poder. Do palácio do Planalto ao Alvorada, onde a presidente encontrava-se recolhida até na Praça dos Poderes, constata-se  pelo noticiário do país, que políticos e magistrados passaram a refletir com mais profundidade os seus próprios atos, e, sobretudo, os caminhos que terão que percorrer para dar ouvidos ao nosso povo.  O Brasil vive o seu mais longo período de estabilidade democrática da sua história. Está mais do que preparado para viver tempos de normalidade institucional. O desfraldar de uma ou outra faixa pedindo intervenção militar nada mais é do que exteriorização de saudosismo ultrapassado, até porque os militares de hoje não têm vocação para conspirar contra Constituição que também juraram defender. O que surpreendeu, foi a baixa participação da população nas cidades do interior onde houve manifestação de protesto, como em Três Lagoas, por exemplo, que tendo mais de 125 mil habitantes, obteve a adesão de  pouco menos de 1% da sua população. Longe de comparar, quem ainda está vivo, lembra-se  da marcha da Família com Deus para a Liberdade em Três Lagoas, quando exatamente no mesmo trajeto e em uma  concentração popular na mesma praça reuniu-se mais de cinco mil três-lagoenses. Na época não passávamos de uma população de mais de cinquenta mil habitantes, ou seja, houve a participação de mais de 10% da população. Hoje, evoluímos e crescemos. Os tempos são outros, mas não podemos nos descurar com o futuro. É preciso estimular a nossa juventude para os valores políticos e sociais da nossa gente, estimulá-los para o exercício da liderança, envolvê-los de maneira sadia na luta política no sentido elevado da palavra. O país está pobre de valores vocacionados para a vida pública que precisa se renovar, oxigenar-se para não viver um vazio, que invariavelmente é ocupado pelos oportunistas. Portanto, no grito das ruas no último domingo, faltou, a participação mais intensa da população, e principalmente, da juventude estudiosa de Três Lagoas.