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Três Lagoas

Medicamentos ficarão mais caros a partir da próxima semana

Indústria farmacêutica estima que reajuste ficará entre 5% e 7,7%

Os medicamentos terão reajuste de preço a partir do dia 31 de março. A indústria farmacêutica estima que o novo cálculo para o reajuste de preços deverá ficar entre 5% e 7,7%, quando, então, os índices de reajustes oficialmente serão anunciados pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed), após a publicação oficial do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Caso confirme a média de estimativa da indústria farmacêutica, os percentuais de reajuste ficariam acima dos praticados em 2014, quando variaram entre 1% e 5,7%.

A definição dos novos critérios serve para adequar o índice à realidade do mercado.

O farmacêutico e um dos delegados do Conselho Regional de Farmácia do Mato Grosso do Sul, Olentino Garcia de Queiroz, acredita que o reajuste deve chegar até 7,7%, embora, diga que não há como precisar quais tipos de produtos sofrerão  reajustes de preços.

De acordo com o Ministério da Saúde, o percentual médio de reajuste deve ficar abaixo da inflação. O índice deve ser menor em relação ao que seria calculado com a regra anterior e que mais medicamentos tenham o menor reajuste de preço. Além disso, cada um dos três fatores que compõem a fórmula de reajuste terá uma data fixa para ser divulgado.

Ainda conforme o Ministério, os três fatores passam a ser definidos conforme a concorrência dos grupos de mercado, classificados como não concentrados, moderadamente concentrados e altamente concentrados.

Um dos principais impactos da mudança é a redução do rol de medicamentos sujeitos ao maior reajuste de preço. Do total, 21,57% dos medicamentos regulados terão o maior reajuste, enquanto a maioria (51,73%) vai sofrer o menor índice de reajuste.

Olentino reconhece que o poder de compra nas farmácias certamente diminui, principalmente para quem vive com um salário mínimo. “Se a pessoa ganha uma salário e gastava, por exemplo, R$ 100 com medicamentos, e após o reajuste a mesma compra fique R$ 107, é certo que isso vai impactar no seu orçamento”, avalia.

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, afirma que a haverá um desembolso menor na compra de medicamentos. Segundo ele, a expectativa é que o impacto para os consumidores, o governo e os prestadores de serviço que compram medicamentos seja uma redução superior a R$ 100 milhões.

 

FALTAM MEDICAMENTOS

Neste período de pré-alta nos valores, o farmacêutico três-lagoense alerta para a falta de alguns medicamentos nas prateleiras das farmácias. “Aqueles medicamentos corriqueiros, como os que controlam a pressão alta, diabetes periféricas, os para dores musculares e outros, as indústrias farmacêuticas costumam segurar um pouco a distribuição para aguardar a alta dos preços”, destacou Olentino, que acredita que um dos principais fatores da alta dos medicamentos tem ligação com a alta do dólar, já que a indústria importa muitos sais para a elaboração de medicamentos. “Ao menos é o que indica”, concluiu.