*José Paes Silvestre Neto
*Marçal Rogerio Rizzo
A partir do surgimento da internet, nos anos de 1960, nos Estados Unidos, todas as barreiras de comunicações e troca de informações foram extintas em boa parte do planeta. Sua utilidade inicial era a de manter as comunicações militares americanas ativas em plena guerra fria, caso as formas convencionais de comunicação da época fossem atacadas por seus inimigos.
Nos anos 1990, após a criação da World Wide Web nos laboratórios do CERN pelo engenheiro inglês, Tim Bernes-Lee, foi possível que a internet atingisse a população em geral abrindo as portas para um novo mundo em expansão: O mundo virtual.
Para se ter uma ideia somente no Brasil em 2013 já existiam 53,4 milhões de usuários de internet, dos quais cerca de 86% utilizam redes sociais ativamente (dados do IBOPE). Certamente hoje este número é muito maior e tende a crescer de forma considerável.
Com tantos usuários ativos diariamente, os efeitos da utilização dessas redes sociais em longo prazo e de maneira descontrolada vem gerando um novo fenômeno conhecido como: “Dependência de Internet”, que se caracteriza pela falta de controle do indivíduo em utilizar a internet ou se envolver em ações que tenham como objetivo o acesso à rede, levando a um progressivo aumento do desconforto emocional. O indivíduo ciberviciado utiliza a internet como forma de aliviar a tensão e o estresse ocasionado por atividades diárias que não estão ligadas ao mundo virtual. Os dependentes em internet utilizam a rede como uma ferramenta social, experimentando enorme satisfação em estarem online.
Agora os problemas acarretados pela “Dependência de Internet” são muitos e variam desde a apresentação de irritabilidade e depressão até a queda do desempenho no trabalho, nos estudos, e a deterioração das relações familiares e sociais por conta do tempo excessivo conectado a internet, além de problemas de ordem biológica, como a perda de sono, do apetite e a inibição sexual.
No Brasil já existem diversas clínicas que buscam ajudar no tratamento de dependências tecnológicas em seus aspectos psicológicos e sociais, e apesar do conhecimento por parte da sociedade quanto a esse mal, ainda faltam políticas claras em relação a papel do Estado no tratamento e prevenção de dependentes de internet.
Assim como em casos de dependência de drogas ilícitas, a melhor forma de tratamento é o diagnóstico preventivo a partir dos sintomas iniciais no indivíduo feito por familiares e amigos assim que se manifestam para que o tratamento seja mais efetivo. É importante também que os pais estejam atentos a mudanças de comportamento dos filhos, pois crianças e adolescentes estão mais sucintos a este tipo de dependência por muitas vezes desconhecerem os limites e não saberem até que ponto o uso da internet deixa de ser por lazer e recreativo e passa a ser uma necessidade.
A internet pode ser considerada a maior e mais importante invenção da história da humanidade desde a invenção da roda, já que foi graças ela que a globalização foi plenamente possível. Ainda sim, como qualquer outra coisa em nossas vidas, deve ser usada com sabedoria e cautela, pois para o um antídoto se transformar em veneno basta apenas exagerar na dose.
