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Empresário de Três Lagoas relembra a luta para qualificar mão de obra

Empresa que começou como gráfica, passou a ser de formulários

Ele teve um processo fundamental no processo de qualificação da mão de obra em Três Lagoas, inclusive na instalação do Senai. Sua empresa, a Rímoli formulários contínuos comemorou no dia 28 de março, 30 anos, em pleno funcionamento em Três Lagoas. A empresa que começou como gráfica, passou a ser de formulários, e há três anos passou a confeccionar e fornecer rótulo, adesivos e etiquetas para diversas empresas, e está prestes a iniciar a exportação desses produtos para o Paraguai. Na entrevista especial da semana, o Jornal do Povo conversa com o empresário José Paulo Rímoli, que conta um pouco mais desse empreendimento e também do papel fundamental que teve para o processo de qualificação da mão de obra dos trabalhadores de Três Lagoas.

 

Jornal do Povo– A empresa Rímoli já está em Três Lagoas há 30 anos?

José Paulo Rímoli– Sim, começamos como gráfica, que foi bem por um período. Depois a gráfica deixou de ser rentável devido a informática e as novas tecnologias, foi quando iniciamos com os formulários contínuos, isso na década de 1990. Mas, também já não estava compensando. Daí fomos nos aperfeiçoando e passamos a fornecer formulários contínuos, bobina para supermercados e, há três anos passamos a fornecer o rótulo, adesivos e etiquetas. Estamos com uma clientela muito boa neste ano.

 

JP- A maior parte dos produtos vai para que cidade?

Rímoli– Para São Paulo, que é o maior centro comprador, mas vendemos também para Campo Grande e outros locais. A previsão é de que iniciemos a exportação para o Paraguai. Aqui confeccionamos diversos tipos de rótulos, que são utilizados em garrafas de bebida, em vidro de shampoo, entre outros produtos.

 

JP– Quantas pessoas vocês empregam atualmente?

Rímoli– Atualmente 33 pessoas.

 

JP– Qual a avaliação que o senhor faz da empresa?

Rímoli– A nossa empresa está vindo de pai para filhos. Meus filhos estão assumindo a empresa, e sempre me ajudaram, nunca me deram problema.

 

JP– O senhor teve um papel fundamental para o processo de qualificação profissional em Três Lagoas?

Rímoli– Participávamos de reuniões e as pessoas diziam que, com a industrialização, Três Lagoas precisava qualificar sua mão de obra. As indústrias estavam chegando e não tinha mão de obra qualificada, foi quando discutíamos a necessidade de Três Lagoas ter uma unidade do Senai. Chegamos a ter o Senai Móvel, que funcionava em três vagões de trens. A prefeitura fornecia a refeição para os instrutores, eu pagava o hotel e a empresa São Luiz a passagem para os profissionais, que eram de Campo Grande. Mas, isso não era suficiente, porque foi quando eu consegui, as duras penas, uma área para instalar o Senai para Três Lagoas. Foi Graças ao prefeito Darcy da Costa Filho que consegui essa área. Vários empresários já tinham tentando marcar audiência com o prefeito, e não conseguia. Mas, quando o Darcy assumiu, fui até a prefeitura e fiz essa reivindicação a ele atendeu nosso pedido. Depois começou a construção do Senai, que não foi fácil, eu e o Adevaldo [Vasconcelos, gerente do Senai] ficamos acompanhando diariamente essa obra.

 

JP– O Senai foi e é de grande importância para a qualificação da mão de obra de Três Lagoas?

Rímoli– Sim, se não tivesse o Senai não tínhamos todas essas indústrias em Três Lagoas. Ou poderia até ter, mas e a mão de obra como seria? Então, o Senai deu um grande passo para que os jovens saiam de lá com uma formação, uma qualificação.

 

JP– O Senhor se sente orgulhoso de ter colaborado, de ter contribuído para esse processo tão importante da mão de obra dos trabalhadores de Três Lagoas?

Rímoli– Sim, muito orgulhoso. A escola do Senai leva, inclusive o meu nome, tive o prazer de receber essa homenagem em vida, mas que eu não esperava.Eu já gostava de Três Lagoas, agora então, não saio daqui nunca mais.

 

JP– O senhor também contribuiu para a instalação de algumas indústrias em Três Lagoas?

Rímoli– Sim, ajudei na instalação de algumas indústrias em Três Lagoas. Eu tinha muito acesso em Três Lagoas em razão de pertencer ao sindicato que representava as gráficas, então tinha amizade com o empresário Zaran , que nos ajudou muito, inclusive a trazer o Sebrae para Três Lagoas.