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Três Lagoas

Hospital aguarda aumento no repasse para manter pacientes do SUS

Direção do HA teme uma greve dos enfermeiros caso não haja esse aumento financeiro

A direção do Hospital Auxiliadora de Três Lagoas não abre mão de receber cerca de R$ 600 mil a mais, por mês, para continuar atendendo aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Desde o final do ano passado, o hospital e a prefeitura estão conversando sobre o aumento financeiro conjugado com recursos das esferas, municipal, estadual e federal, mas, até o momento não chegaram a um acordo sobre os valores do reajuste.

Atualmente, o hospital recebe R$ 2,7 milhões mensalmente para atender pacientes do SUS, sendo que desse total, R$ 450 mil são oriundos da prefeitura, R$ 450 mil do Estado e, R$ 1,8 milhão do governo federal. Em razão do atual cenário econômico nacional, que envolve o governo federal, a direção do hospital entende que dificilmente conseguirá um montante maior de recurso por parte do Ministério da Saúde. Por esse motivo, entende que é mais fácil  obter mais recursos com a prefeitura, que é gestão plena.

De acordo com o diretor administrativo do Auxiliadora, Eduardo Otoni, a despesa do hospital com pacientes do SUS, atualmente é de R$ 3,3 milhões. Em contrapartida, os  R$ 2,7 milhões que recebe das três esferas, apenas ajuda a diminuir o déficit do SUS, mas não é suficiente para honrar todos os compromissos. Nós precisaríamos de no mínimo mais R$ 500 mil, mês, dentro da contratualização para sairmos de R$ 2,7 milhões para R$ 3,2 milhões”, enfatizou Otoni.          

O gerente administrativo do Auxiliadora, Adenaldo Nunes, enfatizou que já vem sinalizando para a prefeitura que não tem condições de continuar atendendo a população observando os atuais níveis de qualidade, rapidez e agilidade, com o que recebe, porque houve o  aumento no número de pacientes. De acordo com Nunes, no ano passado o hospital atendia, em período de picos, em média de 800 pacientes, atualmente esse número saltou para quase três mil pessoas atendidas na porta do Auxiliadora. “Infelizmente existe um contrassenso muito grande no que a gente vem praticando, com o que recebemos”, enfatizou.

GREVE

Adenaldo disse que existe uma preocupação também com relação à possibilidade de greve por parte dos enfermeiros do hospital, caso não aconteça aumento no repasse, daqui a dois meses. No ano passado a negociação salarial foi muito difícil, fizemos um esforço para que a greve não chegasse ao hospital”, comentou.

Nunes informou que o hospital teria obrigação de atender 60% dos pacientes do SUS, por ser uma unidade filantrópica. Entretanto, 90% do atendimento realizados para atender pacientes do SUS. Na parte de internações, temos 115 leitos contratualizados pelo SUS, que é o preconizado para o caso de uma instituição filantrópica, mas hoje disponibilizamos 155 leitos à população, comentou. Adenaldo não acredita na possibilidade do hospital deixar de atender os pacientes do SUS. Entretanto, caso não acontece um aumento no valor do repasse, acredita que alguns ajustes terão que acontecer no atendimento oferecido atualmente.