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Três Lagoas

Estresse ocupacional pode desencadear doenças crônicas

Em Três Lagoas mais de 70 pessoas se afastaram do trabalho por motivo de doença psicológica somente neste ano

Acúmulo de funções, cobranças e grande demanda de atividades a serem cumpridas caracterizam a rotina de vários cargos profissionais, em especial, os de gerência. Segundo a psicóloga Maiara Basaglia, nem sempre o trabalhador consegue lidar com as responsabilidades profissionais e pessoais, por consequência desenvolvem a patologia psicológica intitulada estresse ocupacional.

A patologia é desencadeada devido ao acúmulo de obrigações somadas ao ritmo acelerada em que são cobradas. “Nem sempre o paciente consegue realizar todas as atividades de maneira bem feita em tempo hábil. A cobrança externa e a auto cobrança resultam no surgimento da doença”, explica a psicóloga.

Os sintomas mais comuns são dor de cabeça, irritação, sudorese, taquicardia e ansiedade. Em estágio mais avançado, o estresse ocupacional pode desencadear outras doenças, conhecidas como doenças crônicas, como gastrite, diabetes, enxaqueca e hipertensão.

Conforme Maiara, a maioria dos pacientes não percebe que estão desenvolvendo a patologia e só procuram ajuda psicológica após serem alertados por familiares. “O acompanhamento é primordial para o paciente diminuir o estresse e evitar o surgimento de outras doenças”, orienta.

TRATAMENTO

Os tipos de tratamentos mais comuns adotados pelos profissionais são: psicologia comportamental, psicanalise e terapia. Segundo Maiara, gera bons resultados e a duração pode variar conforme cada caso clínico. Se o psicólogo constatar que o paciente necessita de cuidados médicos, este é encaminhado a um psiquiatra e o tratamento segue com a introdução de remédios e terapia.

ÍNDICE

De acordo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) de Três Lagoas , das 3.312 pessoas que tiveram benefício concedido por doença, 270 pessoas foram afastadas do trabalho por motivo de doença de cunho psicológico  no ano passado. O índice representa que em média 22,5 pessoas por mês se afastaram, por conta de problemas de saúde em decorrência de doença psicológica.

Somente no primeiro quadrimestre deste ano, 73 pessoas tiveram o mesmo benefício concedido. Outras 830 se afastaram por diferentes motivos de saúde.

Vale ressaltar que, segundo Renata Ballerini, gerente da agência da previdência social de Três Lagoas, nem todos os registros correspondem ao estresse especificamente em decorrência do trabalho. “Sabemos que na maioria dos casos este [o trabalho] é o fator determinante, porém pode não ser o único”, explica.

Para a psicóloga Maiara, a maioria dos pacientes é mulher. “Biologicamente a mulher é mais competitiva que o homem. Fora isso, muitas delas são casadas e mães, o que aumenta as atividades exercidas”.

Quanto ao tipo de cargo mais comum, Maiara afirma que são os de gerência. “Quando você responde pelo seu trabalho e pelos demais, a responsabilidade só aumenta”.