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Sal: Consumo em excesso pode atrasar início de puberdade e afetar fertilidade

Três-lagoense tem o hábito de consumir alimentos embutidos e ricos em sal, diz nutricionista

Muito se fala sobre os malefícios que o sal em excesso pode causar na saúde de uma pessoa. Hipertensão, por exemplo, é uma das doenças cardiovasculares mais faladas quando este é o assunto. O que poucos sabem é que o vilão, segundo uma recente pesquisa americana, pode também retardar a puberdade e afetar a fertilidade.

De acordo com a pesquisa, pessoas que consomem quatro vezes mais que a quantidade recomendada de sal por dia sofrem com o atraso da puberdade. O estudo mostra ainda que uma dieta com muita gordura acelera o início da puberdade, mas que combinada com muito sal resulta em um atraso para entrar nessa fase.

No Brasil os dados são alarmantes, pois conforme relatou Jaqueline Lavoier, nutricionista do Serviço Social do Comércio (Sesc) de Três Lagoas, os brasileiros consomem duas vezes mais que o ideal.

Devido ao retardamento da puberdade deste jovem, o estudo revela que na vida adulta a fertilidade pode ser afetada, bem como as chances de desenvolver altos níveis de estresse.

Os testes foram realizados em ratos e em quantidades variadas de sal na dieta diária dos bichos. Conforme o estudo, em ratos com quantidade muito baixa de sal, a puberdade tardia também foi verificada. Portanto, o consumo equilibrado do sal é tão importe.

A nutricionista Jaqueline ressaltou para a quantidade recomendada pelo Ministério da Saúde, para uma pessoa saudável é de no máximo cinco gramas por dia de sal – ou uma colher rasa de chá. Considerando que o brasileiro consome o dobro da quantidade indicada, constata-se que o consumo diário é de cerca de 12 gramas/dia. 

Essa realidade é corriqueira em Três Lagoas também, afirma Jaqueline. “O sul mato-grossense, em especial o três-lagoense, tem o hábito cultural do churrasco e aí o uso é do sal em sua forma mais concentrada – o sal grosso”, pontua.

A maior dificuldade em consumir uma quantidade equilibrada de sal, apontada pela profissional, é que a maioria dos alimentos embutidos e industrializados contêm sal e sódio. “A vida agitada que muitas pessoas levam hoje faz com que muitas delas se rendem ao consumo de macarrão instantâneo e bolachas recheadas”, explica.

ORIENTAÇÃO

Pode parecer difícil substituir o sal na cozinha, mas a nutricionista orienta que temperos naturais, como orégano, manjericão, salsinha e cebolinha podem dar um sabor semelhante.

OUTRAS DOENÇAS

O consumo em excesso pode sobrecarregar o sistema renal e desencadear doenças renais. Além disso, o sal pode favorecer a pré-disposição à hipertensão arterial.