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Desarquivando leis

Três Lagoas é uma cidade surpreendente quando se aborda casos da administração municipal

Três Lagoas é uma cidade surpreendente quando se aborda casos da administração municipal. Recentemente, proprietários de estabelecimentos comerciais estão sendo notificados pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente para plantarem árvores em frente a seus estabelecimentos e delimitarem sobre elas uma área permeável, que tem por finalidade ajudar o escoamento das águas das chuvas. Quanto ao plantio de árvores é certo que tarda essa providência, que deveria ser tomada pela administração municipal há anos, uma vez que lhe incumbe a responsabilidade pela arborização da cidade. Entretanto, lembra-se, que foram os próprios comerciantes que promoverem a remoção de árvores em frente aos seus estabelecimentos há muitos anos. Alegavam que as árvores tiravam a visibilidade de suas lojas e atrapalhavam suas vendas. Com base nesse infundado motivo e sob as vistas da administração da municipalidade deitaram o machado sem dó e a área central da cidade ficou desarborizada. Tardiamente, o poder público notifica os comerciantes da cidade, principalmente da área central, para plantarem árvores, invocando lei municipal em vigor. Ninguém é contra essa providência, antes tarde do que nunca. A cidade precisa ser mais arborizada. Mas, a lei que determina a reserva de área nas calçadas para possibilitar a permeabilidade, ou seja, o sumiço das águas das chuvas, certamente, se mostrará inócua em uma cidade plana como é Três Lagoas. Em verdade, o que a cidade reclama é pela construção de mais galerias para a captação de águas de chuvas, principalmente nos bairros. Na área central é mais do que sabido que elas existem. E, não será a diminuição de área calçada para passagem de pedestres que irá resolver o problema de uma  cidade como a nossa, que se vê inundada por uma chuva torrencial de vinte minutos. Enquanto, se fizer asfalto e não se construir nos subterrâneos das ruas que serão pavimentadas galerias de águas, continuaremos ver água jorrando por todos os lados e invadindo casas. Em vez de diminuir a área de calçamento e passeio para pedestres, melhor faria o poder público se mantivesse limpos os bueiros da cidade, os quais na sua maioria encontram-se entupidos por folhas, areia e pelo lixo que são varridos por maus cidadãos. Sem contar, que essa situação se agrava pela falta de inspeção periódica nas galerias existentes. Portanto, a questão não é de lei, mas de manutenção das galerias e bueiros existentes na cidade, os quais, certamente, cumprirão as suas finalidades se forem rigorosamente limpos periodicamente. Desarquivar leis, inócuas como essa que estabelece área de permeabilidade é um contra contrassenso porque não se vislumbra efeito prático, aliás, essa área de impermeabilidade poderá se tornar suja com a grama pisoteada e sem manutenção.