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Balde de água e insensibilidade

Indiscutivelmente a situação da Petrobras é mais do que grave

Indiscutivelmente a situação da Petrobras é mais do que grave. Não é falimentar, porque produzo o ouro negro, que move a imensa frota automotiva do país e indústrias que utilizam os insumos que produz. Quando foi anunciada a fábrica de fertilizantes de Três Lagoas a cidade ficou exultante, assim como seus moradores. Instalaram a fábrica não pelos lindos olhos da nossa gente ou dos governantes, mas em consequência de longos estudos que apontaram a viabilidade do empreendimento em terras três lagoenses,  principalmente, porque, por aqui, passa o gasoduto que escoa o gás boliviano, que alimenta indústrias, termelétricas, fabricas e tantos outros empreendimentos ao longo de onde passa e chega. Do gás decomposto, a Fafen irá extrair os elementos químicos que utilizará para produzir amônia e ureia, que compõem os insumos básicos para a agricultura nacional, ainda dependente de importação de mais de 70% de fertilizantes que utiliza para produzir grãos no país. Portanto, a fábrica de fertilizantes da Petrobras é estratégica para não só para Três lagoas como para o Brasil, principalmente, para a região Centro Oeste, que desenvolve agricultura intensiva para abastecer o mercado nacional e exportar a sua produção, carreando divisas para o país. O último comunicado da Petrobras, editado nesta semana, anunciando o seu plano de negócios corta 90,3 bilhões em seus planos de negócio e prevê investir 130, 3 bilhões até 2019. Quanto a sua fábrica de fertilizantes nenhuma palavra consignou em seu anúncio. Jornal do Povo entrou em contato com a empresa através de sua assessoria de imprensa, que laconicamente, informouque quer concluir a fábrica, sem onerar a empresa. Essa indicação remete qualquer ser pensante à possibilidade de venda para a iniciativa privada da fábrica, ou, a admissão de sócio, ou ainda, para quando der certo. O fato é que este empreendimento não está nas cogitações da estatal, que através da sua atual diretoria desconhece a importância estratégica que a produção de ureia e amônia tem para elaboração de fertilizantes para a correção de solo na atividade agrícola do país. Como o rombo é bem maior do que se imagina, embora,  a fábrica esteja como a própria Petrobras informa, concluída em mais de 80% da sua instalação, certamente, estamos diante da falta de visão da sua atual diretoria, que deveria se deslocar da sua sede e vir conhecer pessoalmente a real situação que se encontra. Corre risco de se deteriorar  o que já foi construído e está instalado, como pode também se deteriorar equipamentos que estão estacionados em barcaças no Porto XV de Novembro na cidade de Porto Epitácio. Não há como deixar sem definição o futuro desta fábrica, importante para a economia nacional, uma vez que o Brasil é um dos maiores produtores de alimento no mundo e precisa de fertilizantes para corrigir o solo, e obter produtividade na agricultura.

Nesta altura dos acontecimentos, resta uma única alternativa, ou seja,   governo do estado e a  bancada federal, integrada por senadores e deputados federais, devem organizar a vinda do presidente da Petrobras à Três Lagoas e sua diretoria, para, então, “in loco” constatarem que concluída a fábrica o país irá gerar mais riquezas para amenizar, inclusive, o rombo que deram ao tomar de assalto por anos e anos a empresa que sempre reluziu para dentro e fora do país, como rica e eficiente. A Petrobras até meses atrás era símbolo nacional. Hoje, precisa ser resgata perante a opinião pública. E nós de Três Lagoas e do Mato Grosso do Sul, nada mais queremos do que seja articulada uma ação política eficiente com resultados que redundem na conclusão desta fábrica, que trará na sua esteira muitas outras fábricas, redundando mais geração de renda e emprego para o desenvolvimento que tanto queremos ver consolidado. Vamos esquentar o balde de água fria, afastar a insensibilidade daqueles que insistem em postergar essa questão, considerando o empreendimento como um ônus para a Petrobras. A fábricade fertilizantes, certamente, não seria construída se fosse deficitária. Ou, será que foi engendrada para dar o sumiço em mais dinheiro. Acreditamos que não. Nós de Três Lagoas, nada mais queremos, senão vê-la produzindo para o bem do Brasil.