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Sem condições de pagar aluguel, 10 famílias invadem área da prefeitura no Vila Verde

Agora já são dois grupos de famílias ocupando áreas em regiões opostas da cidade

Dez famílias invadiram uma área da prefeitura no bairro Vila Verde e montaram barracos para residir. Esse, no entanto, não é o primeiro caso de invasão de área pública registrada na cidade. Conforme divulgado na edição de ontem, do Jornal do Povo, cinco famílias invadiram um terreno da prefeitura no bairro Vila Piloto. Essas famílias já haviam ocupado um terreno no próprio bairro, mas por decisão da justiça tiveram que desocupar a área. Entretanto, alegando falta de condições para pagar aluguel e sem ter para onde ir, invadiram outra área que, segundo elas, também pertence ao município.

O terreno localizado no bairro Vila Verde passou a ser ocupado por algumas famílias há dois anos. Algumas famílias, no entanto, foram contempladas com uma unidade habitacional, enquanto que outras continuaram residindo no local. A situação se agrava a cada dia, pois está aumentando o número de famílias morando no local. Ontem, o Jornal do Povo se deparou com mais uma família construindo o seu barraco nesta área da prefeitura no bairro Vila Verde. Ao todo, já são dez famílias.

Regina Suzana de Jesus Souza, de 64 anos, o marido e filho, foram os últimos que montaram um barraco para morar. Regina diz não possuir nenhuma renda e que está desempregada, assim como o marido e filho. E como não restou alternativa, resolveram ocupar essa área. “Não tínhamos para onde ir. Onde a gente morava de favor, já não tinha água e luz, não restou alternativa a não ser a gente vir para cá”, relatou.

Regina informou que fez a inscrição no Departamento de Habitação da prefeitura, mas até agora não conseguiu ser contemplada com uma unidade habitacional. “Eu já fiz a inscrição duas vezes e eles falam para esperar”, acrescentou. Diferente de Regina, Mirailde dos Santos Silva, mãe de duas crianças, já está morando em um barraco construído no local, há dois anos. Ela veio da Bahia para Três Lagoas com a mãe e os irmãos. A mãe dela foi contemplada com uma unidade habitacional, mas ela não.

Na época, Mirailde estava grávida do primeiro filho. Hoje, já tem o segundo, e juntamente com o marido que tem mais uma filha  que é deficiente, continuam morando no local, que não oferece nenhuma infraestrutura. “Já fiz a inscrição no Departamento de Habitação e até agora não fui contemplada, estamos aguardando. A gente espera que saia logo às casinhas porque aqui é muito frio, nós não temos condições de pagar aluguel”, declarou.

Nelci Silva Santos veio da Bahia há um ano, e mora no barraco com cinco filhos e dois netos. Ela contou que sua irmã já estava morando em Três Lagoas e, no ano passado, conseguiu um emprego para o seu esposo, mas, atualmente, está desempregado. Nelci disse que ainda não fez inscrição no Departamento de Habitação, porque a documentação é da Bahia, mas pretende regularizar essa situação para ser contemplada com uma unidade habitacional. Mesmo o local não dispondo de nenhuma infraestrutura, Nelci e as demais famílias disseram que preferem continuar morando nos barracos a pagar aluguel. “Eu gostei muito de Três Lagoas, pretendo ficar aqui”, declarou.