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Opinião

A cultura do consumo fácil

Muito se fala em economia, mas quanto realmente se sabe diante do fanatismo causado pelo consumo?

* Por Gabriela Colombo Vascouto e Rafael Meirelles Coelho Rocha

Muito se fala em economia, mas quanto realmente se sabe diante do fanatismo causado pelo consumo? Toda essa ânsia por obter bens faz que nos esqueçamos de todos os recursos empregados na produção de tais produtos, cada vez melhores e mais especializados para chamar a atenção dos nossos olhos.

Acompanhando a História, vê-se, a partir da Idade Média, uma necessidade que começa com uma simples troca de excedentes e que, com a evolução do homem (se assim podemos considerar), progrediu para o fenômeno em que o consumismo se transformou.

Para tentar entender a transição do consumo de subsistência para o consumo de massa, temos que compreender o seu principal fator, que foi a revolução industrial no século XVIII. Expandindo o sistema capitalista pelo mundo, alargou o modo de produção e atingiu de forma direta não apenas o jeito de consumir, mas especialmente o de vender, conhecendo o perfil do consumidor e individualizando estratégias de venda.

A aquisição de produtos passaria a ser cada vez mais rápida, assim como o seu descarte, já que passam a ser obsoletos em curtos espaços de tempo, tornando primordial uma economia que combine de forma eficiente os recursos escassos e atenda a demanda da melhor forma.

Essa obsolescência programada visa ao consumo contínuo, uma vez que coloca à venda mercadorias que sejam rapidamente inutilizáveis para instigar a aquisição de produtos novos e superiores, e à acumulação de bens materiais, que é o objetivo principal do capitalismo, para cujo alcance não se medem esforços. E nós, condicionados ao sistema, entramos nesse jogo cíclico que afeta diretamente nossa vida.

É certo que o consumo é algo natural do homem, para satisfação de suas necessidades básicas, mas por que isso se tornou algo desenfreado? Nota-se uma ambição constante do ser humano para resolver todos os anseios pessoais, por meio do consumo, uma vez que, no atual modelo de sociedade, não ter o bem almejado é considerado um fracasso pessoal e resulta em falta de aceitação social.

Nesse contexto, observamos a configuração do consumo: as empresas em busca da venda sucessiva, e os consumidores ansiosos pelo novo, independente do quanto aquilo custará ou das consequências que essa exacerbação irá gerar. Uma verdadeira cultura do consumo fácil e inconsciente. 

 

* Gabriela Colombo Vascouto: Acadêmica do curso de Direito da UFMS – Campus de Três Lagoas/MS. E-mail: gabivascouto@gmail.com

Rafael Meirelles Coelho Rocha: Graduado em Gestão Ambiental pela Universidade de São Paulo; Mestre em Geografia pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná e Acadêmico do curso de Administração da UFMS – Campus de Três Lagoas/MS. E-mail: rafaelrocha.map@gmail.com