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Três Lagoas

Três-lagoenses sofrem com a baixa umidade do ar

Tempo seco agrava pacientes de doenças respiratórias, diz pneumologista

Agosto é considerado o mês mais seco do ano. E não é para menos, afinal a estação do ano é o inverno, mas as temperaturas em Três Lagoas chegam a 30ºC. Somado aos dias quentes, os três-lagoenses sofrem também com a baixa umidade relativa do ar, que nos últimos dias registrou índices em torno de 30%.  

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a umidade relativa do ar ideal para o organismo humano seria entre 40% e 70%. Se os índices ficam entre 20% e 30% é estado de atenção. Igual ou inferior a 12% é preciso decretar estado de emergência. A situação atual de Três Lagoas é de atenção, segundo dados do Centro de Monitoramento de Tempo, do Clima e dos Recursos Hídricos.

A população três-lagoense já sente os efeitos do tempo seco. Prova disso é quantidade de atendimentos que a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) registrou entre julho e agosto. Conforme o médico Thiago Fernando Eloy França, a demanda de pacientes com problemas respiratórios neste período chegou a dobrar. Segundo o especialista, crianças e idosos são os mais vulneráveis a doenças como bronquite asmática, pneumonia e rinite alérgica. “No entanto, adultos e adolescentes também têm nos procurado queixando-se de tosse e falta de ar”, pontua.

No Hospital Auxiliadora a demanda deste tipo de atendimento chega a aumentar em até 70%, segundo o pneumologista Douglas Borges. “Com a mudança repentina do tempo e variação brusca das temperaturas as pessoas ficam pré-dispostas a terem doenças respiratórias, como a bronquite, rinite alérgica e pneumonia”.

Segundo Borges, o tempo seco agrava o quadro de pessoas que tenham alguma doença respiratória. É o caso da pequena Elloa Arantes, de dois anos, que já nasceu com rinite alérgica. A avó, dona Elenice Arantes, conta que a inalação e o uso de medicamentos são essenciais nesta época do ano. Além disso, alguns truques caseiros colaboram com a umidade da casa. “Coloco bacias de água nos cômodos, ligo umidificador e passo pano molhado na casa duas vezes ao dia”, descreve.

O clínico geral, Thiago, frisa a importância da hidratação ingerindo, pelo menos, dois litros de água e sucos naturais e evitar atividade física entre o meio dia e às 16h. “Do final da tarde até a noite a sensação de fadiga é maior, por isso é válido o consumo de frutas e verduras, que são leves e refrescantes”.

Ressalta ainda, que a automedicação é algo proibido e perigoso. “O paciente pensa, às vezes, que devido à tosse está com gripe e se automedica como na realidade, não chega a ser um resfriado”. Se os incômodos e tosses persistirem por mais de dois dias, a orientação é procurar ajuda médica.