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Opinião

A importância da exportação para os arranjos produtivos locais (APL)

O agronegócio é o segmento que demanda mão de obra intensiva e cada vez mais qualificada

Por Andreia Rodrigues Ferreira Baro *

O setor de agronegócios está entre os principais geradores de emprego, renda e desenvolvimento econômico em diversas regiões do Brasil, proporcionando às regiões a criação de inúmeros postos de trabalho. Segundo análise da Cepea/Esalq (2014), a renda do agronegócio estimada para 2014 foi de R$ 1,17 trilhão, de que aproximadamente 69% resultam da agricultura. Em relação a empregos no setor, estima-se que foram criados aproximadamente 760 mil empregos formais. Percebe-se ainda que a estiagem em algumas regiões possibilitou a valorização da arroba bovina, contribuindo com o crescimento da indústria de abate e fortalecendo também o avanço de carnes concorrentes, como é o caso da suína e de frango (Cepea/Esalq 2014).

Verifica-se, ainda, que o agronegócio é o segmento que demanda mão de obra intensiva e cada vez mais qualificada para o manejo de máquinas e equipamentos envolvidos no processo de cultura, e cada vez mais as políticas de incentivo à agricultura familiar e a pequenos produtores tem como foco a redução do êxodo rural, estimulando o desenvolvimento das regiões agrícolas.  Com isso, destaca-se a potencialidade da produção em pequenas e médias propriedades, favorecendo a possibilidade de que famílias do campo possam atingir maiores níveis de qualidade de vida e possam explorar comercialmente esse setor, especialmente se houver um agrupamento e organização dessas famílias em forma de arranjos produtivos locais.

O APL, além de representar a viabilidade de desenvolvimento para uma determinada localidade, constitui potenciais arranjos exportadores, capazes de produzir produtos especializados e direcionados para ao mercado internacional. Diante disso, a cooperação entre empresas se mostra como alternativa para enfrentar os desafios da globalização, além de ser uma estratégia de sobrevivência e crescimento. A formação de redes de negócios para os produtores torna-se uma vantagem competitiva, pois cada empresa passa a apresentar melhores condições de sobrevivência e a colaborar com o desenvolvimento regional. Podemos destacar, também, que a criação de vantagem competitiva pode possibilitar o crescimento e especialização do agronegócio, permitindo o escoamento da produção nacional para o mercado externo. 

Alguns dos principais motivos para a busca da internacionalização é a necessidade de captação de novas tecnologias, em produtos e processos, de acesso a determinados recursos materiais e a novos mercados, visando à diversificação de mercados fornecedores e consumidores com o propósito de reduzir o risco de possíveis perdas, bem como de agregar e desenvolver novas competências e, assim, obter maior competitividade. Para garantir sucesso no mercado internacional, é necessária a implantação de cláusulas de sustentabilidade e preservação ambiental, de segurança alimentar, segurança do trabalho e viabilidade econômica em todo o processo exportador, mediante a implantação de tecnologias não invasivas ao meio ambiente e ao homem. 

Dessa forma, é importante que as pequenas e médias propriedades possam enxergar nos APLs uma maneira de ganhar espaço num comércio com dinâmica e exigências diferentes e também uma forma de agregar valor ao que produzem, por meio da especialização da produção.

 

* Andreia Rodrigues Ferreira Baro: Professora do curso de Administração Pública da UFAL – Campus Arapiraca/AL.