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Três Lagoas

Evasão escolar da EJA chega a 23% em Três Lagoas

Diretor de escola estadual disse que índice já atingiu 40%

De acordo com o diretor da Escola Estadual “Bom Jesus”, José Bento de Arruda, por meio de levantamento superficial, ficou contatado que, neste ano, a evasão escolar na unidade de ensino é de 23%. Segundo ele, muitas vezes atingiu 40%.

Conforme Bento, a escola “Bom Jesus” tem 317 alunos matriculados na Educação de Jovens e Adultos (EJA). São pessoas que têm a partir de 18 anos completos e, que algum momento da vida pararam de estudar, mas retornaram.

Dentre os motivos da evasão escolar acontecer também na EJA, está o fato das pessoas procurarem emprego e, terem a chance de conquistarem a vaga com a condição imposta pelo empregador de que voltem a estudar. “Muitos efetuam a matrícula, mas depois de um tempo abandonam a escola, seja por não conseguir trabalhar de dia e estudar a noite. Este é um desafio que temos na formação de jovens e adultos”, salienta Bento.

Para o diretor, uma das formas de evitar a evasão escolar da EJA é a empresa que contrata acompanhe o desenvolvimento escolar do trabalhador, ou seja, exijam o boletim que sai com o número de faltas e o rendimento do aluno.

Bento ressaltou que, como educador e gestor escolar, acredita que uma boa saída seria desenvolver paralelamente à educação básica, a educação profissional. “Esta seria uma forma de investir na profissionalização do cidadão. Muitos se sentem desmotivados pois, após concluir o ensino médio, ainda têm que fazer curso profissionalizante, que geralmente acontece quando estão entrando no mercado de trabalho”, defende.

 

Entre os alunos da escola “Bom Jesus”, está a jovem Débora Carla Barbosa, 21 anos, da segunda fase “A”. Ela concluirá o Ensino Médio no fim deste ano. Ela contou que, há dois anos parou de estudar após engravidar. “Somente neste ano, que meu bebê está um pouco maior, que consegui retornar para os estudos. Quero investi na minha carreira profissional como policial militar. Para isso preciso de estudos e assim enfrentar um concurso público”, revela Débora.

 

A jovem revela que já perdeu uma boa proposta de trabalho em um escritório de advocacia, por não ter o ensino médio completo.

O diretor da escola “Bom Jesus” cita que, entre os alunos matriculados na unidade estão pessoas com até 64 anos de idade. São pessoas que estão cursando a terceira fase escolar, que compreende o 6º e 7º Anos.

A aposentada Vicentina Manoela Pereira, 57 anos, moradora na Vila Nova conta que as primeiras fases que deixou de frequentar a escola começou quando tinha cerca de 14 anos. “Naquela época fiquei enferma. Cheguei a quebrar o joelho após um acidente de bicicleta. A recuperação durou seis meses. Também tive problema na coluna. Hoje tenho vontade de concluir o ensino médio e, quem sabe até fazer uma faculdade de pedagogia”, revelou a aposentada, que também conclui os estudos no fim do ano.

Além da escola “Bom Jesus”, as escolas estaduais “João Ponce de Arruda” e “Edwards Correa e Souza”, também tem salas para alunos da EJA.