O dólar comercial vem operando em alta e instável já há, pelo menos, três meses. Nesta sexta-feira, 28, fechou em R$ 3,58, mas alcançou a marca dos R$ 3,65 na última quarta-feira, 26. Embora possa não parecer, mas há uma relação entre o dólar e a economia três-lagoense. A moeda mais influente em todo o mundo tem refletido nas vendas de produtos do Shopping Popular da cidade.
De acordo com o presidente da associação do estabelecimento, João Antonio Pereira, com a instabilidade do dólar e com a elevada valorização da moeda, as viagens ao Paraguai para compra de mercadoria tem se tornado cada vez mais rara. “Até o segundo semestre do ano passado os comerciantes do Shopping Popular iam até quatro vezes para lá. Agora a média é uma vez por mês”, explica.
Para Pereira, o comércio de uma maneira geral passa por retração. “O cliente tem cortado muito gasto e pouco gasta com aquilo que não considera como necessidade”, pontua.
A comerciante Thais do Carmo Elias concorda. “O três-lagoense está cortando gasto com produtos supérfluos”. Em sua loja, por exemplo, a rotatividade de cliente é pequena, chegando a efetuar, algumas vezes, apenas uma venda no dia. Segundo a comerciante, as vendas em sua loja diminuíram em mais de 70% de 2014 para este ano. “No ano passado, com a Copa do Mundo, o fluxo nas lojas do shopping era maior. Agora com esta estagnação da compra e venda, tenho a impressão de que a economia não gira”.
Com a queda nas vendas e com a alta da moeda, a última vez em que Thais viajou ao país vizinho foi em fevereiro. A reposição de mercadorias na loja tem acontecido por meio de compras de fornecedores. “Minha margem de lucro é mínima, mas não posso ficar sem produtos nas prateleiras”, explica.
O presidente João Antonio acredita que o cenário econômico local vai melhorar em breve. A expectativa é que com a chegada de novos trabalhadores a Três Lagoas o setor volte a ser prosperar. Além disso, os lojistas aguardam pelo feriado do Dia das Crianças, comemorado dia 12 de outubro.
