Um levantamento realizado pela Associação Comercial e Industrial (ACI) de Três Lagoas revela que a inadimplência no comércio local, de janeiro a agosto deste ano, teve o maior índice para o período desde 2013. Os dados apontam um aumento de 9,3 vezes.
Somente neste ano, o comércio da cidade deixou de receber R$ 4 milhões em contas atrasadas, em 1.814 casos de inadimplência. Segundo a pesquisa, de janeiro a agosto do ano passado, o índice de inadimplência foi de R$ 599 mil. Em 2013, o volume de calote foi de R$ 434,2 mil na cidade.
Também de acordo com a associação, de janeiro a agosto, 4.445 ocorrências foram registradas pelo Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) no comércio três-lagoense. Os números correspondem a 4.085 pessoas, sendo que 3.890 destes estavam com, pelo menos, uma dívida atrasada. Quinze tinham, no mês passado, mais de cinco dívidas não pagas.
Neste ano, o número é quase 2,6 vezes maior, se comparado a dados de 2014. Segundo o SCPC, o comércio acumulou 1.561 ocorrências a mais que em 2015.
Dos 1.116 consumidores inadimplentes em 2014, 957 tinham, no mínimo, uma dívida em aberto. Em 2013, 784 pessoas deixaram de pagar suas dívidas, gerando 1.125 ocorrências de inadimplência no comércio.
PERFIL
De acordo com o levantamento, os homens são mais inadimplentes que as mulheres. Os dados analisados apontam que mais da metade dos registros são de dívidas da parcela masculina dos consumidores.
Dos 784 registros de débitos em aberto no comércio em 2013, em 557 casos a compra foi feita por homens, a maioria deles com idade entre 30 e 40 anos. Em 2014, esse número saltou para 763. Já neste ano, os clientes do sexo masculino representam 89% dos registros.
Além disso, uma pesquisa realizada na última semana pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em todas as capitais revela que 45% dos brasileiros inadimplentes não têm condições financeiras de pagar suas dívidas atrasadas em um intervalo de até três meses e 44% dos devedores afirmaram que sua situação financeira atual está pior se comparada ao ano passado.
