O volume de financiamento imobiliário liberado pela Caixa Econômica Federal em Três Lagoas, no primeiro semestre deste ano, foi de 42,3% do total concedido no mesmo período do ano passado. De janeiro a junho de 2014, o banco estatal emprestou R$ 48,3 milhões, enquanto no primeiro semestre deste ano, a soma de contratos assinados chegou a R$ 27,8 milhões.
Em todo o Mato Grosso do Sul, o valor do crédito para financiamento da casa própria também caiu. No primeiro semestre de 2014, a Caixa liberou, em todo o Estado, R$ 947,1 milhões, enquanto no mesmo período deste ano, foram R$ 757,7 milhões.
Em 2013, o banco liberou para Três Lagoas R$ 85,8 milhões em crédito para financiamento de imóveis residenciais. Em 2014, o crédito liberado aumentou para R$ 102,1 milhões, devido ao Feirão de Imóveis realizado em Três Lagoas.
Para o presidente da Associação dos Corretores de Imóveis da cidade, Alberto Gusmão, vários aspectos influenciaram a queda sofrida neste ano. Um deles foi o valor elevado de dinheiro retirado da caderneta de poupança, que é um dos principais financiadores dos programas habitacionais do governo federal.
Em razão do saque recorde, a Caixa ficou com menos recursos para emprestar. No começo deste ano, o banco orientou sua rede de agentes a suspender todos os novos pedidos de financiamento com base em recursos da poupança. Além disso, a restrição ao crédito e o aumento nas taxas de juros contribuíram para essa redução.
Para Gusmão, isso é ruim para a cidade, que dispõe de um número considerável de imóveis à venda. “A cidade ainda possui muito produto (casas) em estoque, mas as pessoas estão preferindo continuar pagando aluguel ou continuar morando na casa antiga, preferindo não arriscar”, destacou.
Pelos cálculos dele, pelo valor liberado pela Caixa no primeiro semestre, estima-se que apenas cerca de 160 imóveis tenham sido financiados na cidade neste ano. “Acho pouco, porque a cidade está em expansão e existem muitos imóveis em estoque”, salientou.
O empresário do ramo imobiliário, Antônio Alves de Souza, confirmou que muitos imóveis foram construídos em Três Lagoas e, com essa diminuição na liberação do crédito pela Caixa, investidores baixaram o preço de imóveis. No entanto, em relação aos que se enquadram no programa Minha Casa, Minha Vida, disse não ser indicado reduzir preço para não sofrer prejuízos.
Segundo a empresária Paula Ferreira de Souza Ratto, em média, um imóvel enquadrado no programa do governo federal custa cerca de R$ 115 mil em Mato Grosso do Sul. Quanto à venda, ela disse que há variantes, porque há mais bancos que também oferecem créditos para financiamento.
