O juiz da Vara da Infância e Juventude de Paranaíba, Cássio Roberto dos Santos, lançou na terça-feira, dia 15, uma cartilha com deveres e obrigações de pais em relação a filhos. A finalidade é contribuir com a educação e formação de cidadania e caráter das crianças e realinhar o papel da família nessas obrigações, como define o magistrado.
O lançamento contou com a presença do juiz da Vara da Infância e Juventude de São José do Rio Preto, Evandro Pelarin, que ministrou palestra. Pelarin elogiou a iniciativa de Cássio dos Santos e frisou a importância dos pais participarem ativamente da vida dos filhos.
“A iniciativa vai ao encontro da expectativa do Judiciário. É tarefa do Judiciário fazer o trabalho de orientação e comunicação com a sociedade”, disse Pelarin. O juiz ainda frisou que muitos pais se “perdem” na educação de filhos e permitem a inversão de papéis no ambiente familiar. “A lei não mudou. Os pais ainda devem mandar, dar ordens aos seus filhos. Têm que ser firmes, rigorosos, chamar atenção e corrigir, evidentemente sem cometer abusos nem atos de violência”, acrescentou.
Pelarin classificou as drogas como “a maior chaga da juventude”. “Nós, brasileiros, perdemos grande parte dos jovens para as drogas, porque o uso de algumas delas é como um caminho sem volta”, alertou.
Antes de assumir o juizado em Rio Preto, em 2013, Pelarin comandou a Vara da Infância e Juventude de Fernandópolis, onde instituiu um programa chamado de “toque de recolher”, que proibia a permanência de menores nas ruas da cidade após as 22h. Depois desse horário, os menores apreendidos eram levados a uma delegacia, por conselheiros tutelares e policias, e entregues aos pais, após uma advertência formal. A transferência do juiz provocou o fim do programa.
Cássio dos Santos esclareceu os motivos que o incentivaram a executar o projeto. “A ideia surgiu do dia a dia e visa orientar, advertir sobre compromissos e deveres dos pais para com seus filhos. Todos sabem o que devem fazer, mas cometem deslizes. Por isso, [é necessária] essa campanha. É um grito de socorro aos pais, para que assumam seu papel, porque tanto as coisas boas quanto as ruins começam dentro de casa”, concluiu.
O material será distribuído com contas de água e energia elétrica da cidade, graças a uma parceria com as concessionárias dos serviços. As cartilhas também serão distribuídas em escolas municipais e estaduais, além do Conselho Tutelar e da rede de atendimento à Infância e Juventude de Paranaíba.
