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Três Lagoas

Comércio demite 96 funcionários em setembro em Três Lagoas

Queda nas vendas deve impactar a geração de empregos temporários no fim do ano

O comércio três-lagoense demitiu quase 96 trabalhadores com mais de um ano na carteira somente no mês de setembro e, ao que tudo indica, nem mesmo as vendas do fim do ano deverão mudar o cenário. É o que afirma o presidente do Sindicato do Comércio dos Empregados, Eurides Silveira de Freitas.

Nesta semana, o SPC Brasil divulgou uma pesquisa apontando que, em decorrência da queda na previsão de vendas no fim do ano em comparação ao ano passado, somente 12% dos empresários do comércio brasileiro pretendem contratar trabalhadores temporários no fim de ano. Em Três Lagoas, a expectativa é que se mantenha essa mesma média. “O comércio está demitindo até mais que a indústria. A primeira queda é no comércio. Então, não vai passar dessa média [de contratações temporárias] apontada no restante do país”, disse Eurides.

Em todo o país, serão gerados somente 24 mil empregos temporários neste fim de ano. Já em Três Lagoas, ainda não há previsão do impacto da queda das vendas nas contratações. No ano passado, as vendas de fim de ano haviam sido responsáveis pela geração de 250 postos de trabalho temporários. Naquela época, 50 trabalhadores haviam sido efetivados após as festividades.

“Já neste ano, a não ser que algo aconteça, não vamos ter muitas contratações. A situação está preocupante”, destacou.

&saiba Segundo Eurides, uma grande rede de lojas que atua em Três Lagoas cortou 15 funcionários do seu quadro. Em outra, também grande, foram de 12 a 15 postos de trabalho fechados. “Estamos fazendo um levantamento sobre as demissões. Essas 96 citadas são somente de trabalhadores com mais de um ano com carteira assinada, em que a rescisão contratual precisa ser feita no sindicato. Se formos contar os trabalhadores com menos de um ano de carteira, passa de 100 o número de demitidos”, completou Eurides.

FLEXIBILIDADE

O sindicalista informou que está buscando, em conjunto com as empresas, alternativas para manter os empregos. Uma das medidas adotadas pelo sindicato foi a flexibilização de horários e abertura dessas lojas. “Estamos negociando algumas aberturas, permitindo que lojas abram de domingo, por exemplo, já que vemos que o importante neste momento é aumentar as vendas para garantir o emprego do trabalhador no comércio”, explicou, completando que, nesses casos, todos os direitos do trabalhador, como hora extra e folga no decorrer da semana, são mantidos.

Para Eurides, a única situação que mudaria a atual projeção para as admissões temporárias seria a contratação em massa de trabalhadores por grandes indústrias, como Eldorado e Fibria, que estão em processo de expansão. No entanto, a expectativa é que o pico de contratações, conforme anunciado por essas empresas, ocorra somente no ano que vem.