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Policiais decidem entregar chaves de delegacias em todo o Estado

Em Três Lagoas, situação estava dentro da normalidade nesta sexta-feira

Agentes da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul deverão entregar as chaves das celas de todas as delegacias do Estado. A decisão, inédita, segundo o Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul (Sinpol/MS), é uma forma de protesto contra a morte do investigador Anderson Garcia da Costa, 37 anos, assassinado na Delegacia de Polícia de Pedro Gomes, nesta quarta-feira.

Os investigadores decidiram por entregar as chaves das carceragens em assembleia geral realizada no início da tarde desta sexta-feira, em Campo Grande. Em nota, o sindicato informou que a medida é uma forma de manifestação contra o que classificou de “descaso das autoridades competentes” em solucionar o desvio de função sofrido pela categoria ao se manter presos custodiados em delegacias.

Além da entrega das chaves, a categoria também pretende realizar uma manifestação na próxima terça-feira, dia 1º de dezembro, quando deverá acontecer uma reunião na Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública e Coordenadoria das Varas de Execução Penal do MS. O movimento já teve início espontâneo com a entrega das celas nas delegacias de Chapadão do Sul e Sonora nesta quinta-feira.

Em Três Lagoas, o delegado Paulo Rosseto, titular da 1ª Delegacia de Polícia, informou que a situação está tranquila.  A delegacia possui uma carcerarem com quatro celas, capacidade média para 12 internos. “Por enquanto está tudo dentro da normalidade. Até mesmo porque temos somente um preso na carceragem. Então está tranquilo. Não houve, até agora, nenhuma manifestação nesse sentido”.

&saibaNesta quinta-feira, segundo apurado pela reportagem, havia 11 presos custodiados na delegacia local. Mas, segundo Rosseto, a maioria foi presa na grande operação realizada no mesmo dia e já foi transferida para a unidade penal do município.

Conforme o Sinpol-MS, atualmente, as delegacias de Mato Grosso do Sul abrigam quase 900 presos. Delegacias como as de Brasilândia, Chapadão do Sul e Água Clara, onde um policial já foi agredido, estão entre os casos mais críticos do Estado.

Enquanto houver o protesto, os policiais civis deverão suspender atividades como fornecimento de refeições e medicamentos; liberação de banho de sol e  abertura de celas para familiares, assistência religiosa e atendimento jurídico.