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Polícia prende 9 integrantes de facção após morte em presídio

Suspeitos teriam assassinado detento, em Três Lagoas, que cumpria pena por latrocínio contra estudante de 12 anos

Nove mandados de prisão preventiva foram cumpridos nesta quarta-feira, 16, pela Polícia Civil, em Três Lagoas, Campo Grande e no município de Junqueirópolis, em São Paulo. As prisões são contra suspeitos de integrar uma facção criminosa que age dentro de presídios e que teria sido responsável pela morte de um detento, no mês de abril, na Penitenciária de Segurança Média, em Três Lagoas.

O delegado do Setor de Investigações Gerais (SIG) da Polícia Civil de Três Lagoas, Thiago José Passos da Silva, explicou em entrevista ao JP News que seis dos nove suspeitos já estavam presos por envolvimento em outros crimes e, agora, vão responder por homicídio triplamente qualificado e participação em organização criminosa. Cinco supostos integrantes da facção são de Três Lagoas, sendo que dois cumprem pena no regime fechado, um no semiaberto, e dois estão em liberdade condicional.

Outros três estão detidos em Campo Grande e o suspeito de liderar o esquema dentro da penitenciária, segundo a polícia, foi localizado no estado de São Paulo. “A facção realizou o que ela chama de ‘Tribunal do Crime’ e decidiu matar o reeducando na unidade prisional. As investigações apontam que isso ocorreu porque o réu foi preso por envolvimento em um latrocínio contra uma adolescente, de 12 anos de idade, em dezembro de 2014, em Três Lagoas. A garota morreu ao levar um tiro na garganta e quatro meses depois, o reeducando foi morto por asfixia mecânica”, relatou o delegado ao JP News.

De acordo com Passos, o tio da menor também seria membro da facção e estava cumprindo pena na mesma unidade em que o jovem. Por vingança, ele teria participado do assassinato do reeducando. O homem, de 35 anos, estava no regime semiaberto e teve mandado de prisão expedido contra ele, nesta quarta.

Conforme o delegado, foi solicitado à Justiça que os suspeitos sejam encaminhados para a Penitenciária de Segurança Máxima  de Campo Grande e também para presídios federais em outras regiões. “Queremos desmantelar a atuação do grupo na cidade e solicitamos que sejam enviados à unidades com maior segurança”, frisa.

As prisões contaram com o auxílio da Polícia Federal e do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), ligado ao Ministério Público de Mato Grosso do Sul.

Latrocínio

A estudante de 12 anos foi morta no dia 5 de dezembro de 2014, por volta das 19h30, no Bairro Guanabara. Maisa Martins estava com o avô em frente da casa de familiares quando chegaram dois rapazes de bicicleta e armados, anunciaram o assalto, exigindo uma pulseira de ouro que estava no braço do aposentado.

Assustada com a ação da dupla, a jovem reconheceu um dos assaltantes e gritou. Ocasião em que levou um tiro disparado por um dos criminosos. Um deles teria estudado na mesma escola que a menor e, por isso, ela o reconheceu, segundo a Polícia Civil. Sem conseguir êxito em roubar a jóia, a dupla fugiu após efetuar o disparo.

Um dos assaltantes tinha 16 anos na época e o comparsa é o que morreu na penitenciária, com 19 anos.

Maisa foi socorrida pelos próprios familiares que a levaram para o Hospital Auxiliadora, porém, ela acabou morrendo ao dar entrada na unidade.