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Maracaju

Petrobras confirma conclusão de 80% das obras da Fafen-MS

Estatal deve concluir as obras no primeiro trimestre de 2015

Prevista para ser concluída em setembro deste ano, a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados de Mato Grosso do Sul (FAFEN-MS), em Três Lagoas, deve ser inaugurada somente em 2015. A Petrobras não definiu a data, mas trabalha com a hipótese de concluir as obras no primeiro trimestre do ano que vem.

Na última terça-feira, durante entrevista coletiva sobre a marca de produção de 500 mil barris/dia de petróleo do pré-sal, a presidente da Petrobras, Graça Foster, mencionou rapidamente a FAFEN-MS no contexto dos investimentos e projetos estratégicos da empresa. Segundo Foster, 80% das obras da fábrica em Três Lagoas estão concluídas. Os 20% restantes consistem na conclusão das bases dos equipamentos e montagem de estruturas metálicas e tubulações.

Em fevereiro, Graça Foster esteve em Três Lagoas e assegurou que o cronograma da obra não sofreria contratempos e a inauguração aconteceria dentro do prazo.

Em razão do caráter da cerimônia comemorativa à produção de óleo na camada pré-sal, segundo a Gerência de Imprensa da Petrobras, Graça Foster não faria comentários sobre as causas do retardamento das obras e nem acerca de supostos problemas no canteiro de obras em Três Lagoas.

Os fornecedores do consórcio UFN3 reclamam da inadimplência das empreiteiras, cujos débitos na praça passam de R$ 50 milhões. As denúncias de demissões em massa também não foram admitidas como de conhecimento da Petrobras, que está investindo cerca de R$ 4,7 bilhões no empreendimento.

As demissões em massa, segundo as centrais sindicais, foram identificadas nos dois últimos relatórios do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). No pico das obras da FAFEN-MS o consórcio UFN 3 chegou a abrir 9.400 postos de trabalho.

De acordo com a assessoria de imprensa da Petrobras, depois da conclusão das obras, para operação da fábrica de fertilizantes, serão abertos 500 postos de trabalho definitivos nas áreas de engenharia, administração, operação e funções técnicas (mecânica, elétrica, instrumentação e química). O número de empregos indiretos deve chegar a 1.200.

Obra estratégica

Graça Foster disse ao fazer o balanço dos investimentos, que a produção de fertilizantes são estratégicos para a economia brasileira. No caso da fábrica de Três Lagoas, atenderá a demanda por nitrogênio em toda a região Centro-Sul. O projeto foi concebido diante da grande demanda do Brasil, que é o maior produtor de grãos do mundo. A expectativa é de reduzir em até 36% as importações de ureia e amônia. O governo gasta quase meio bilhão de dólares anualmente com a importação dos insumos.

 

Maior fábrica da América Latina

 

Com capacidade de produção de 1,2 milhão de toneladas/ano de ureia e comercialização de 70 mil toneladas/ano de amônia, a FAFEN-MS será a maior planta de fertilizantes nitrogenados da América Latina e permitirá à Petrobras dobrar a produção nacional de ureia.

O projeto, de acordo com a Petrobras, fortalece posição do Brasil na produção agrícola.

Atualmente, além de importar boa parte do fertilizante, os produtores são obrigados a comprar adubo em outros Estados, como Goiás, São Paulo, Paraná e Espírito Santo.

De acordo com a Anda (Associação Nacional para a Difusão de Adubos, as importações de fertilizantes cresceram 18% no primeiro trimestre de 2013, entrando nos portos 3,582 milhões de toneladas. No mesmo período de 2012 as importações somaram 3,036 milhões de toneladas.

No primeiro trimestre de 2013, a produção nacional cresceu 2,5% comparado com o mesmo período de 2012 – 2,255 milhões de toneladas no ano passado, contra 2,200 milhões de toneladas em 2012. No mesmo período, a produção nacional de fertilizantes nitrogenados caiu em 17,1%, quando as importações cresceram no período 14,3%.

 

Polo de mistura

A unidade de fertilizantes atrairá as maiores indústrias de mistura de adubos que utilizam a ureia como insumo, além dos fosfatados e dos potássicos, para a produção de nutrientes do tipo NPK (Nitrogênio, Fósfaro e Potássio) para abastecimento dos mercados dos Estados da região Centro-Oeste e da região Sul (MS, MT, GO e SP majoritariamente), onde predominam as culturas de milho, algodão e cana de açúcar.