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Opinião

Bike: Pequeno passo para o homem, mas grande para a humanidade

Busca-se cada vez mais um trânsito saudável nas cidades

* Bárbara Santos Ferreira é acadêmica do curso de Administração da UFMS – Campus de Três Lagoas.

* Silvio Paula Ribeiroé Professor e coordenador do curso de Ciências Contábeis da UFMS – Campus de Três Lagoas

 

Busca-se cada vez mais um trânsito saudável nas cidades, em especial nas grandes metrópoles, pois mobilidade urbana tornou-se um dos graves problemas da sociedade. O que muito se vem discutindo é a utilização das bicicletas em substituição ao automóvel, ou seja, veículos de propulsão humana, que trazem benefícios, como a diminuição dos acidentes, redução da poluição ambiental e, claro, benefícios para a saúde.

Na contramão dessa evolução, tivemos, nos últimos anos, a explosão no número de veículos automotivos no Brasil e grande parte disso graças à redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). A mídia, por sua vez, também é uma forte incentivadora, mostrando em suas propagandas o status que uma pessoa adquire na aquisição de um automóvel.

O grande problema é que, em nosso país, milhares de pessoas morrem no trânsito todos os anos, em decorrência da imprudência dos motoristas, da má conservação das ruas e veículos, da falta de educação das pessoas no trânsito, sendo as motocicletas consideradas as maiores causadoras de acidentes. Ainda deve ser levada em conta a emissão, por veículos automotivos, de gases poluentes que também são responsáveis por milhões de mortes anualmente.

A bicicleta viria para reduzir a violência no trânsito e os impactos ao meio ambiente. A história relata que a bicicleta é oriunda da Europa e as primeiras chegaram ao Brasil em 1898, mas ainda não conseguiram ter a importância devida no cotidiano da maioria das pessoas.

A utilização desse veículo como meio de transporte traz uma forte esperança de melhoria na qualidade de vida, entretanto isso requer mudanças nas vias públicas de todo o país e, sobretudo, na maneira de pensar da maioria dos gestores públicos e políticos. O que vemos é que as ciclovias – faixas de uso exclusivo das bicicletas – ainda não estão presentes na maioria das cidades do Brasil e, quando estão, apresentam problemas graves, como falta de manutenção, sinalização ou limpeza, como é o caso de parte das ciclovias da cidade de Três Lagoas (Mato Grosso do Sul). A própria população não respeita as respectivas faixas e alguns as utilizam para executar ultrapassagem ou transitar de motocicleta.

Atualmente, o Rio de Janeiro vem buscando trazer os ciclistas novamente para as ruas e é uma das cidades com o maior número de estrutura cicloviária do país. Essa é uma política pública que apresenta méritos, já que muda a rotina de parte da população, que pode deixar o automóvel na garagem para transitar de bicicleta.

Os motoristas devem ser conscientes para entender que os ciclistas também têm seus direitos e deveres no trânsito. É preciso fomentar essa conscientização desde muito cedo para que isso se torne natural e possa estabelecer a cultura do pedal. Assim, nota-se que não só é preciso mudar as vias públicas, como também reeducar toda a sociedade.

Enfim, os valores e benefícios que a bicicleta traz para a humanidade no que diz respeito à mobilidade urbana são infinitamente maiores do que os dos veículos automotivos; agora só resta a nós adotar essa atitude de forma responsável e consciente.