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Três Lagoas

Metade das crianças asmáticas não conseguem controlar a doença

Motivo:os pais se esquecem de dar a medicação aos filhos

Metade das crianças em idade escolar com asma convive diariamente com crises e sintomas como tosse, chiado, falta de ar e aperto no peito. Elas dormem mal, não conseguem fazer atividades físicas e podem ter ansiedade e depressão. Dados preliminares do ProAsma, um estudo realizado pelo Centro de Infantil de Pesquisas Biomédicas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) com 2.500 crianças de 11 anos, mostram que o principal motivo desse descontrole da doença é que os pais se esquecem de dar a medicação aos filhos.

Problema de saúde pública

De acordo com dados do Ministério da Saúde, apesar de ser tratável, a asma ainda mata sete brasileiros por dia. O objetivo do ProAsma foi analisar a incidência da doença nas crianças e seu impacto na qualidade de vida. Para isso, os pesquisadores analisaram a saúde de alunos de sete escolas públicas de Porto Alegre e constataram que 20% delas tinham a doença.

Na segunda etapa, 290 crianças asmáticas foram avaliadas e comparadas a 315 crianças saudáveis. Elas foram submetidas a questionários sobre o controle da doença, sedentarismo, qualidade de vida e responderam sobre mitos que cercam a doença. Passaram também por avaliações físicas e nutricionais, provas de função pulmonar e testes de alergia.

Os resultados revelaram que, entre os asmáticos, 60% tinham algum tipo de alergia, 30% eram obesos ou estavam acima do peso e 60% eram sedentários. O estudo também mostrou que 55% dos asmáticos convivem com fumantes em casa — ambiente que pode aumentar a quantidade de crises.

Falta de medicação

Além disso, quase 70% das crianças perderam dias escolares em decorrência dos frequentes ataques asmáticos e das consultas emergenciais ao médico. Entre os 50% que precisavam utilizar corticoides orais, apenas 30% faziam uso contínuo da medicação. Tipicamente, o tratamento da asma é feito com corticoides inalados e, em certos casos, broncodilatadores. 

Para evitar essas consequências, os pais devem compreendam a gravidade da asma e ficar atentos aos sintomas da doença, além de ter o melhor conhecimento possível sobre ela.