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Telefônicas adiam compromisso para acabar com “cai cai das ligações”

CPI considerou que minuta do TAC estava muito flexível

As operadoras de telefonia intimadas para assinar Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para por fim ao “cai, cai das ligações” de celular em Mato Grosso do Sul, recuaram e pediram mais prazo para assumir o compromisso. O TAC seria assinado nessa terça-feira junto à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Telefonia instalada pela Assembleia Legislativa. De acordo com a assessoria do presidente da CPI, deputado Marquinhos Trad (PMDB) o pedido de adiamento de assinatura do TAC foi feito pelo Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (Sindtelebrasil).

O plano era fechar consenso, nessa terça-feira, mas a própria CPI considerou importante alterar a minuta do TAC, que estava muito flexível, porém, a CPI precisou alterar a minuta do TAC, proposto pelas operadoras. Pela segunda vez, as empresas encaminharam à CPI documento “genérico”, com itens sem previsão de penalização, em caso de descumprimento.

Na última sexta-feira a CPI discutiu com órgãos de defesa do consumidor garantias de melhorias. A operadoras querem retirar da proposta inicial do TAC proposto pelo Ministério Público e Procon parágrafo que as obriga informar em 30 dias as “zonas de sombra” e apresentar em 180 dias “plano de contingência” para combater os sinais fracos e até inexistentes.

Em troca, Vivo, Claro, Tim e Oi se comprometiam em informar, em anexo, as áreas de abrangência, qualidade dos sinais e cronograma com ações para resolver as deficiências. Porém, redigiram, mais uma vez, TAC “genérico” e sem os anexos prometidos.

.”Não dá para assinar documento sem algo que a gente não conhece”, disse o presidente da CPI. “Assim, as operadoras mantêm a gente no escuro para não podermos cobrar”, diz o promotor do MPE, Antônio André David Medeiros.

Para o presidente da CPI, “no mínimo” as operadoras têm que informar o cronograma de ações para resolver os problemas de sinais frágeis e inexistentes e as áreas de abrangência com a devida noção da qualidade dos sinais, mas as operadoras dizem precisar de tempo para avaliar as exigências previstas no TAC. A CPI concordou com o adiamento, mas espera uma resposta definitiva até a próxima semana.

Além de cobrar ações para resolver a falta de sinais no Estado, o TAC prevê investimento de R$ 100 milhões até o final de 2014, além de duas reuniões anuais com as operadoras para acompanhar a execução do acordo.

O termo inclui ainda a realização de um mutirão para que os usuários possam reclamar contas indevidas e a criação de canais de comunicação para esclarecer todas as dúvidas. O não cumprimento das regras acarretará multas de até R$ 100 milhões".