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Azambuja e os desafios da comunicação

Governador eleito era do tipo que mais ouvia do que falava

Quem acompanhou a passagem de Azambuja nos quatro anos da Assembleia Legislativa lembra bem de sua postura. Discreto, sem pronunciamentos contundentes na tribuna e pouco afeito ao hábito de conversar com jornalistas no saguão. Digamos assim; era do tipo que mais ouvia do que falava, procurando não alongar o diálogo.

Esse comportamento não teve mudanças significativas na Câmara Federal, onde, aliás, nem sempre o desempenho na tribuna serve para aferir o nível de atuação parlamentar. Quem acompanhou sua campanha eleitoral para a prefeitura de Campo Grande percebeu essa dificuldade de se expressar nas propagandas e em  ocasiões ao longo do embate.

Já na sucessão estadual notou-se sensível melhora do candidato vencedor, embora ainda aquém do patamar desejável, principalmente se comparado ao ex-governador Zeca e ao governador atual.

Mas enquanto não se define nomes e nem o perfil real de sua gestão, as notícias que alguns segmentos da imprensa publicam já trazem inquietações e críticas. Mas é bom que se diga, não se sabe se é verdade ou palavras creditadas a Azambuja num jogo de interesses na futura administração.

Exemplos? Essa insistência em admitir um clima de ‘caça as bruxas’, com direito a investigação e auditoria em determinados segmentos da administração que se finda, soa muito mal aos olhos da opinião pública. Claro que é de direito essa iniciativa, mas convenhamos que seria de bom alvitre que a futura administração sinalizasse com melhoramentos, criando e aperfeiçoando o que já foi feito.  

A situação nos faz remeter ao período que antecedeu a posse de Franco Montoro ao governo paulista; preocupado demais em apagar a imagem de ‘fazedor de obras’ de Maluf, prometeu exaustivamente colocá-lo na cadeia. Mas acabou deixando a desejar como gestor e deu diploma de idoneidade moral ao antecessor Maluf.

Também na mesma linha o ex-governador Wilson, demonstrou obsessão pelo estilo empreendedor e visionário de Pedrossian. Ironicamente teve um final de gestão melancólico e com desempenho que deixou a desejar.

As duas referências servem de lembrete ao futuro governador, sintetizado na velha frase: “É pra frente que se anda.”