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Três Lagoas

Cinco crianças já foram infectadas com Leishmaniose em Três Lagoas

Dados são de 2014

Até meados de dezembro, Três Lagoas havia registrado cinco casos de Leishmaniose Visceral em crianças. Os dados são do Setor de Vigilância e Saneamento de Três Lagoas. No total, nove pessoas foram infectadas com a doença na cidade neste ano.

Uma criança de um ano e onze meses é o paciente mais jovem infectado, juntamente com três crianças de três anos e uma de cinco. Os outros pacientes têm 16, 18 e 60 anos.

Segundo o Centro de Controle de Zoonose de Três Lagoas, a cidade é endêmica em Leishmaniose, há mais de 15 anos. Em média, 200 animais são confirmados com a doença. Por não existir tratamento no CCZ, todos os cachorros são submetidos à eutanásia.

Ainda segundo o Setor de Vigilância e Saneamento de Três Lagoas, o município realiza algumas atividades para combater esta endemia, como controle químico em áreas de estratificação, onde a transmissão é moderada; manejo ambiental; orientação quanto às medidas simples como limpeza urbana, em terrenos, praças, quintais e domicílios para eliminar resíduos orgânicos e dando destino adequado, eliminando a fonte de umidade que propiciam os criadouros do vetor.

Outras atividades como busca ativa de casos novos, avaliação entomológica (verificar presença do vetor através das armadilhas), atividades de educação em saúde junto à comunidade, divulgação junto à população referente à ocorrência da doença na região  do caso notificado,  alertando sobre os sinais clínicos da Leishmaniose e os serviços para o diagnóstico e tratamento, além da busca ativa de cães com suspeita clínica são também são realizadas na tentativa de evitar a doença.

AUDIÊNCIA

A Leishmaniose é uma doença infecciosa, porém, não contagiosa, causada por parasitas do gênero Leishmania. Os parasitas vivem e se multiplicam no interior das células que fazem parte do sistema de defesa do indivíduo, chamadas macrófagos. Há dois tipos de leishmaniose: leishmaniose tegumentar ou cutânea e a leishmaniose visceral ou calazar.

As fontes de infecção das leishmanioses são, principalmente, os animais silvestres e os insetos flebotomíneos que abrigam o parasita em seu tubo digestivo, porém, o hospedeiro também pode ser o cão doméstico. A leishmaniose é transmitida por insetos hematófagos (que se alimentam de sangue).

Na leishmaniose cutânea os animais silvestres que atuam como reservatórios são os roedores silvestres, tamanduás e preguiças. Na leishmaniose visceral a principal fonte de infecção é a raposa do campo.

A Câmara Municipal realizou ontem uma audiência pública, denominada “Enfrentamento Técnico e Científico das Leishmanioses – O que deve ser melhorado”, o evento foi mediado pelo professor-doutor André Luís da Fonseca, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Abordou temos como a necessidade ou não de eutanasiar os animais doentes e as possibilidades de tratamento, as formas de prevenção, entre outras.