Na manhã de ontem, empresários de Três Lagoas que forneciam bens e serviços para o Consórcio UFN 3, até então responsável pela construção da fábrica de Fertilizantes Nitrogenados da Petrobras, bloquearam a rodovia BR-158 para protestar por falta de pagamento. A dívida do Consórcio UF3 com esses fornecedores, que anteriormente estava contabilizada em R$ 9 milhões, hoje, já ultrapassa R$ 20 milhões.
Os comerciantes aguardam agora um posicionando da Petrobras com relação a essa dívida e o seu pagamento. Por seu turno, o Consórcio alega que não tem dinheiro para pagá-los. Os empresários querem que a Petrobras assuma a dívida como ocorreu em relação aos trabalhadores que foram demitidos e que estão recebendo os seus créditos trabalhistas.
Segundo os empresários, a situação chegou a um ponto insustentável, pois muitos tiveram que demitir funcionários e já até fecharam seus estabelecimentos. É o caso da empresária Sandra Garcia, que fechou um restaurante e demitiu 12. Além disso, teve que demitir mais 16 funcionários que trabalhavam em seu hotel. A mesma situação ocorre com outros empresários da cidade.
Os empresários estão há meses sem receber e não conseguem nenhum posicionamento por parte do Consórcio ou da Petrobras. Por esse motivo, os fornecedores resolveram bloquear a rodovia para chamar a atenção das autoridades e sensibilizar a Petrobras para esse problema, já que eles entendem que a estatal também tem responsabilidade em relação a esse passivo.
A falta de pagamento aos empresários de Três Lagoas tem ocasionado reflexos negativos no comércio da cidade, que sente os seus efeitos pela falta de dinheiro circulando em suas atividades. Sensibilizada com a situação dos fornecedores, a prefeita Márcia Moura e o presidente da Associação Comercial e Industrial de Três Lagoas vão ao Rio de Janeiro na próxima segunda-feira para transmitir essa situação aos diretores da Petrobras e tentar buscar uma solução para solucionar esse impasse.
A Petrobras informa que está em dia com todos os pagamentos e compromissos previstos no contrato. E, que está atenta às consequências da inadimplência do Consórcio UFN3 com trabalhadores e fornecedores e que está tomando todas as medidas ao seu alcance para que o Consórcio cumpra com suas obrigações legais.
