Quando menino, criado em Três Lagoas sonhava em ser piloto como meu pai. Olhar o mundo dos ares, flutuar no imenso espaço azul com a sustentação de uma máquina dominada pelo homem piloto. Encantava-me a proeza de meu velho, era realmente um az da aviação; piloto e professor de aviação e na juventude recordista brasileiro de vôo planador e acrobata nas horas de grande prazer em voar. Dado seu pioneirismo, ensinou-me a voar e formou uma geração de pilotos de Três Lagoas. Conquistou o coração de minha mãe Teté, com os voos rasantes e balanço de asas que anunciavam seu retorno. Desbravou, junto a muitos fazendeiros de Três Lagoas o ainda inexplorado Mato Grosso. Não havia até então estradas, o avião era a opção viável de mobilidade. Fez com certeza muitos amigos que confiavam na sua proeza de piloto. Muito deles só voavam com o Plínio Piloto. Conhecedor do tempo sabia magicamente quando ia chover e quais eram as melhores rotas para navegação naquele mar de floresta e serrado!!!
Não pude ser piloto como ele, mas tive algumas aulas e entendi melhor seu espírito. Tinha astigmatismo e optei por fazer e ensinar engenharia. Não pude tornar o vôo uma opção de vida, mas com certeza tenho no sangue o mesmo desafio e gosto pela aventura, sou além de professor, navegador dos “7 mares”.
Fico imensamente feliz e agradecido com a escolha democrática de nomear o Aeroporto Municipal de Três Lagoas “Plínio Alarcon”. A decisão orgânica feita pela Câmara dos Vereadores de escolher um piloto pioneiro da aviação, batizando o Aeroporto com seu nome merece sinceramente elogios, pela coerência e foco no reconhecimento do trabalho. Neste particular, gostaria de agradecer ao Vereador Aguirre que se colocou à frente desta decisão. Também agradeço de coração aos seus amigos e colegas pilotos, com uma deferência especial a seu grande amigo, piloto de todos os tempos, no duplo sentido, o conhecido “Zé Gato”, que reconheceram o mérito e homenagearam seu mestre.
Obrigado, Três Lagoas.
*Prof. Dr. Orestes Alarcon
