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Asfaltamento da rodovia estadual MS-112

Como estavam previstos nos contratos assinados entre o Governo de Mato Grosso do Sul e as empresas ENCALSO e FIDENS/MAC no final de outubro de 2010, a obra de asfalto de 108  km da rodovia MS-112, entre a rodovia BR-158 (Três Lagoas) e a rodovia MS-377 (Inocência), encontra-se totalmente concluída, num custo total de 141 milhões de reais. A obra é de excepcional qualidade e será executada dentro do prazo previsto de um ano e meio, ou seja, 540 dias.

Para compreender a grandiosidade dessa obra asfáltica, basta ver que o Governo Estadual, como é de conhecimento da população, através da imprensa, encontra-se com previsão de investimentos em novos projetos para Três Lagoas, em valores aproximados de 4 milhões de reais para construção de um Colégio Estadual, 4 milhões para término das obras do Aeroporto, 7 milhões para a construção do prédio da Unei  e  20 milhões de reais para a construção do futuro Hospital Regional, no total aproximado de 35 milhões de reais. Portanto, o asfalto recém-terminado na rodovia MS-112 corresponde a quatro vezes o valor financeiro dessas obras, juntas. Outro parâmetro é que antes da execução do asfalto da MS-112, para ir de Três Lagoas a Inocência por asfalto, tinha que passar por Paranaíba, numa distância de 270 km. Hoje, com o asfalto da referida rodovia, a distância de Três Lagoas a Inocência caiu pela metade – para 135 km. Economicamente, houve uma enorme valorização dos preços das terras no entorno da MS-112. Os produtores rurais, com o término do asfalto, estão conseguindo contratos com até 40% a mais nos arrendamentos de suas terras para plantio de eucalipto.

Assim como tem acontecido no Bolsão, o Governo do Mato Grosso do Sul tem levado maciços investimentos a todos os recantos do MS. Basta ver que o MS Forte está investindo 3 bilhões de reais no Estado, sendo 1,5 bilhão de reais em 1500 km de rodovia que então sendo asfaltados ou recapeados, como foi o caso, aqui na região, do recapeamento da rodovia MS-377, entre Água Clara e Inocência, concluída recentemente pelo valor de mais de 47 milhões de reais. É preciso ressaltar que, dos 1,5 bilhões de reais que estão sendo investidos em asfalto, 600 milhões de reais foram emprestados pelo Bird. Por outro lado, o atual Governo Estadual paga anualmente aproximadamente 600 milhões de dívidas anteriores. Portanto, teve que fazer muita economia para executar esses investimentos que estão sendo pagar rigorosamente em dia.

Agora, com a conclusão do asfalto da MS-112, o grande desafio é resgatar as centenas de histórias de desprendimentos, lutas e amor à região. Muito desses atores ainda estão vivos e esperamos que eles com seus descendentes resgatem essas belíssimas histórias, como a que ouvi meses atrás em que o engenheiro Nelson Garcia conta que seu avô trazia porcos tocados a pé, como se toca gado na região de Inocência, para serem abatidos e vendidos em Três Lagoas, e voltavam com seu carretão carregado de mantimentos para seus familiares e vizinhos, e, com certeza, embalado numa boa cachaça para enfrentar a difícil travessia.

Outra historia fantástica é a retificação dessa rodovia feita pelo Sr. Marcolino Carlos de Souza, pai do pecuarista Claudio Totó, junto com o capitão Olyntho Mancini, que mesmo no primórdio do desbravamento fizeram a marcação de avião. Provavelmente naquele tempo, não imaginariam que aquela estrada de terra seria asfaltada e tornaria importante rodovia do Bolsão, e muito menos sonharia que o Governo Estadual até o final do ano estará licitando para asfaltar os 88 km de Inocência à Cassilândia.

Seu Antonio de Paula Netto, pai do Dr. Sebastião de Paula, hoje com 98 anos e muito lúcido, ao percorrer o trecho do asfalto com certeza lembrará com saudade daquela época em que, no período de chuva, era difícil atravessar os córregos, principalmente o Córrego Encrenca, e precisava descarregar os carretões, colocar estivas na beira do brejo e rezar para ter sorte e não passar algumas noites enfrentado todos os tipos de adversidades. Por isso como engenheiro fiscal do Trecho I, tomamos a decisão de identificar os córregos Beija-Flor, Dom Thomas, Carro Queimado, Cabrito, Periquito e Encrenca, e mesmo todos eles atualmente com pouca água, devido à ação do homem durante varias décadas, temos certeza quando os descendentes desses valentes homens e mulheres que abriram essa estrada na base do machado, facão e estivas para vencerem a água, ao passarem nesse locais se orgulharão de seus parentes e amigos que escreveram essa grandiosa epopéia.

Por fim, devemos reconhecer que o Dr. André Puccinelli teve vontade política para executar essa importante obra. E tem que ficar claro que a madeira teve pequena importância na conquista, o maior peso foi o isolamento que se encontra a região, o desejo de viabilizar desenvolvimento econômico e social para o Bolsão e a força política da Vice Governadora Dra Simone Tebet, Senador Moka, Deputado Federal Giroto, Deputado Estadual Eduardo Rocha, Prefeita Márcia Moura, Prefeito Toninho, Secretário Estadual de Obras Dr. Wilson Cabral, Akira Otsubo, Sindicato Rural de Inocência e os vereadores de Três Lagoas e Inocência. Não devemos esquecer o Dr. Domingos Martins e do Pascoal Secco, que lideraram o Sindicato Rural de Três Lagoas ajudado pela sua diretoria, filiado, e pelo Dr. Sebastião de Paula e Leda Garcia nas várias cobranças as autoridades competentes para execução do asfalto nessa estrada, e com certeza tiveram grande peso, pois o nosso Governador gosta de debate com pessoas trabalhadoras, honestas e que pensam no bem-estar coletivo. A grande lição que podemos tirar da conquista do asfaltamento da MS-112 e que devemos continuar cada vez mais unidos para o bem-estar de nossa comunidade. Principalmente nesse momento que o Governo do Estado prepara para os próximos meses outro grande pacote de obras para o Mato Grosso do Sul.

Dirceu Deguti Vieira Filho. Engenheiro Civil (UFMS/Campo Grande); Especialista em Agronegócio (Uniderp/Dourados) e Mestre em Desenvolvimento Local (UCDB/Campo Grande).