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Desenvolvimento inteligente

 As mudanças substanciais que vem ocorrendo na economia de Mato Grosso do Sul são desconhecidas da grande mídia brasileira. São transformações que, na maior parte das vezes, passam ao largo da opinião pública, visto que ganham pouco destaque nos órgão de imprensa.

É importante que todos saibam que o Mato Grosso do Sul está no centro de um processo de renovação de conceitos socioeconômicos, inigualáveis em termos de Brasil. O Estado – criado há 34 anos – vem promovendo uma revolução estratégica no plano do aumento de produtividade e crescimento econômico.

Sem alarde – e de maneira continuada -, o Mato Grosso do Sul ingressou num período histórico de concretização daquilo que vem sendo almejado no mundo inteiro como estágio avançado de conquistas sociais – a economia verde -, processo pelo qual as cadeias produtivas crescem sem causar prejuízos ao meio ambiente.

Esses dados surpreendentes devem ser analisados com critério e discernimento. Sustentabilidade transformou-se num assunto da moda. A palavra “sustentável” está se tornando, cada vez mais gasta, em função inclusive do uso abusivo por parte de governos e instituições não governamentais. Poucos conseguem, neste sentido, dar aplicabilidade à ideia e demonstrá-la de maneira concreta e efetiva. Não é o caso de Mato Grosso do Sul.

Os créditos de carbono, por exemplo, são coisas faladas, medidas – mas são invisíveis do ponto de vista material. Por isso, pela própria dificuldade em se criar um padrão monetário para esta unidade, a população não consegue medir sua importância no atual contexto. No fim, sobram discursos, com quase nada de resultado prático. Só que – insistimos – o caso de Mato Grosso do Sul é diferente.

Pesquisadores da Embrapa – empresa cuja reputação e credibilidade dispensam apresentações – foram a campo no ano passado e mediram, objetivamente, o que vem ocorrendo em todo o Mato Grosso do Sul com a finalidade de compreender como vem se dando o fenômeno do crescimento com sustentabilidade.

Os pesquisadores da Embrapa, juntamente com várias outras instituições estaduais, descobriram que o setor produtivo mais importante do Estado – notadamente o agronegócio – conseguiu obter crescimento acima de todas as médias nacionais, mantendo praticamente intocável o uso dos seus recursos naturais.

Ou seja: o Estado está se desenvolvendo e preservando sua natureza. Mais ainda: Mato Grosso do Sul vem turbinando sua economia praticamente sobre a mesma base territorial dos últimos anos. Não há avanço indiscriminado sobre áreas virgens ou preservadas. Melhor ainda: tem conseguido reduzir as queimadas e mantendo estrito controle sobre o uso de seus mais diversos biomas.

Tudo isso é resultado da perfeita aliança de planejamento, incentivos fiscais, marcos regulatórios, programas governamentais bem organizados, parcerias público-privada adequadas e, acima de tudo, credibilidade e governança qualificada.

Nos últimos anos esse processo representou melhoria expressiva no sequestro de CO2, evitando emissões de quase 50 milhões de toneladas do gás na atmosfera.

O que mais surpreende é que tudo isso foi obtido com aumento de produtividade, elevação da renda, melhoria da empregabilidade e dos investimentos sociais em todos os municípios do Estado.

Neste aspecto, na agricultura, levando em conta os 10 anos passados, a produtividade da soja aumentou 90%, do milho 64%, e do algodão 139%. Paralelamente, o setor de energia verde explodiu: a cana-de-açúcar teve crescimento de 311%; e novas florestas ganharam espaço em regiões antes degradadas: cresceram 165% (30% ao em média nos últimos anos).

Os ganhos proporcionados pelas inovações tecnológicas do setor evitaram a abertura de mais de 1,5 milhão de hectares de novas áreas, sem contar que a fixação biológica de nitrogênio, no caso da soja, evitou a emissão de 1,7 milhão de toneladas de CO2/ ano.

Só para se ter um quadro realista deste processo, basta considerar o seguinte número: em 2006 o governo do Estado autorizou o desmatamento de 67 mil hectares; já em 2010 as autorizações baixaram para 18 mil, ou seja, uma redução de mais de 70%.

Acreditamos que se reunirmos num só pacote todos os programas do Governo do Estado com base nos estudos da Embrapa será possível concluir que o nível de sustentabilidade da economia de Mato Grosso do Sul está atualmente num nível extremamente avançado, talvez o maior do País. Estamos no caminho certo.