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Polícia de SP iniia busca ao médico Abdelmassih

Abdelmassih foi condenado em novembro passado a 278 anos de prisão

Após a Justiça de São Paulo mandar prender o ex-médico Roger Abdelmassih na quinta-feira (6), a Divisão de Capturas da Polícia Civil, com apoio de agentes da 1ª Seccional, faz buscas pelo condenado a 278 anos de prisão por estupro e atentado ao pudor contra pacientes de sua clínica. Segundo a polícia, ele já é considerado foragido.

O GOE (Grupo de Operações Especiais) fez campana durante a noite na casa do ex-médico, mas ele não foi encontrado. O Ministério Público pediu a prisão após a Polícia Federal ter informado que Abdelmassih entrou com um requerimento para a renovação de passaporte. De acordo com a Promotoria, o ato sinaliza risco de fuga de Abdelmassih. O processo corre na 16ª Vara Criminal, com a juíza Cristina Escher.

A reportagem tentou entrar em contato com o advogado do Abdelmassih. Uma secretária da criminalista Jaqueline Furrier informou que a defesa está preparando as peças cabíveis para defender os direitos do seu cliente.

Anteriormente, a defesa havia informado que vai entrar com pedido de revogação da prisão. O advogado dele, José Luis Mendes de Oliveira Lima, disse na quinta-feira não saber se o ex-médico vai se entregar à polícia. O defensor, que estava fora do país, afirmou que ainda não havia feito contato com Abdelmassih.

O advogado que defende o ex-médico diz que o pedido de prisão é descabido.

– Ele tem todo o direito de renovar o passaporte, que estava vencendo. Ele apenas estava renovando e, ainda que ele queira sair do país, o que não é o caso, ele tem esse direito, basta comunicar à Justiça.

De acordo com o Ministério Público, com o pedido de renovação do passaporte, Abdelmassih "dá mostras claras e concretas de que pretende deixar o país para se furtar ao cumprimento de sua pena, já iniciando medidas que viabilizem a sua fuga". Afirmou ainda que a prisão do ex-médico é necessária "já que sua liberdade põe, clara e concretamente, em risco a ordem pública e a aplicação da lei penal".

Entenda o caso

Abdelmassih foi condenado em novembro passado a 278 anos de prisão. O especialista em reprodução in vitro respondia na Justiça criminal a 56 acusações de estupro contra ex-pacientes. Ele recorria à condenação em liberdade.

Em julho do ano passado, o Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) havia decidido, por unanimidade, cassar o registro profissional dele.

No dia 17 de agosto de 2009, Abdelmassih foi preso. Ele passou quatro meses detido na Penitenciária de Tremembé, até ser solto, às vésperas do Natal de 2009, por decisão do ministro Gilmar Mendes, do STF.

A investigação sobre o caso Abdelmassih começou em maio de 2008. Ela foi, inicialmente, feita pelos promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e depois refeita pelos policiais da 1ª Delegacia da Mulher da capital paulista.

Para a polícia, as supostas vítimas disseram que o médico cometia abusos enquanto elas ainda estavam sedadas. O relato mais antigo é de 1994 e há outros de 2005, 2006 e 2007.

Abdelmassih nega as acusações. Em janeiro de 2009, logo após a investigação ser divulgada pela imprensa, o médico declarou que o anestésico propofol, usado durante o tratamento, pode despertar alucinações com conotação sexual.