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Inflação maior faz brasileiro se preocupar com o bolso

Segundo a pesquisa, o brasileiro acredita que o desemprego vai aumentar, assim como o endividamento

O temor de que a inflação continue alta neste ano e a ameaça que ela representa para o bolso do consumidor deixaram o brasileiro mais preocupado neste começo de ano. Uma pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria), divulgada nesta sexta-feira (28), informa que 6 em cada 10 consumidores apostam em um aumento da inflação, enquanto 4 em 10 creem no aumento da renda.

O estudo, realizado entre os dias 13 e 18 de janeiro com 2.002 pessoas, leva em conta questões sobre a perspectiva da inflação daqui pra frente, a possibilidade de desemprego, a oportunidade de aumento na renda, o endividamento e a vontade de consumir bens caros (como carro ou eletrodomésticos).

O Inec (Índice Nacional de Expectativa do Consumidor) ficou em 115,3 pontos em janeiro. Este número vem diminuindo desde outubro (quando estava em 120,7 pontos), o que mostra que o consumidor está olhando com cada vez mais cautela para a situação econômica do país. Em dezembro, ele estava em 117,1 pontos.

Segundo a pesquisa, o brasileiro acredita que o desemprego vai aumentar, assim como o endividamento. Ao mesmo tempo, a crença mais comum é a de que a renda vai perder seu valor devido ao aumento da inflação. Com menor poder de compra, o consumidor pode acabar adiando a aquisição de bens de maior valor.

Só 9% dos entrevistados dizem que a inflação vai cair neste ano. Uma parcela de 32% dos entrevistados afirmou que ela não vai mudar. Em 2010, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) fechou em 5,91%, maior resultado desde 2004 (quando ficou em 7,60%). O governo apostava que ele ficaria em 4,5%, com dois pontos para cima ou para baixo.

Marcelo Azevedo, analista de políticas e indústrias da CNI, diz que a dupla inflação maior e renda menor podem frear o consumo.

– Com a expectativa de aumento da inflação associada à estimativa de manutenção da renda é de se esperar que as perspectivas de compra de maior valor também se tornem mais pessimistas.

Praticamente 1 em cada 3 consumidores aposta que o desemprego vai aumentar, enquanto 1 em cada 3 diz que nada vai mudar. O outro 1 em 3 aposta em queda no desemprego.

Mais da metade diz que a renda não vai mudar daqui pra frente e que a situação financeira vai ficar igual a que está hoje. Para a CNI, este dado não é negativo, mas demonstra cautela do consumidor.