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Centrais preparam manifestação por mínimo de R$ 580

Enquanto os sindicatos querem um salário mínimo de R$ 580, o governo não abre mão de R$ 545, como deixou claro o ministro da Fazenda

Representantes das centrais sindicais se reuniram nesta segunda-feira (7) para discutir a estratégia que irão adotar na negociação sobre o reajuste do salário mínimo, após a negativa do governo, no encontro que reuniu ministros e sindicalistas na última sexta-feira 94), de elevar o valor proposto para além de R$ 545.

De acordo com a assessoria da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), os sindicalistas querem organizar uma grande manifestação em março a favor de um aumento maior que o oferecido pelo governo.

Eles também pretendem marcar um encontro com os presidentes da Câmara, Marco Maia (PT-RS), e do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

Enquanto os sindicatos querem um salário mínimo de R$ 580, o governo não abre mão de R$ 545, como deixou claro o ministro da Fazenda, Guido Mantega, na reunião de sexta-feira.

Participaram do encontro de hoje os presidentes das seis centrais sindicais: Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e União Geral dos Trabalhadores (UGT), além da CTB.

Reajuste

Desde o dia 1º de janeiro de 2011, o valor do salário passou de R$ 510 para R$ 540. Segundo as contas feitas pelo Palácio do Planalto, cada real de aumento significaria acréscimo superior a R$ 280 milhões no orçamento do governo.

O reajuste do salário mínimo neste ano é uma das principais polêmicas das contas do governo. Isso porque a atual política de valorização do mínimo considera a inflação do período e o crescimento da economia para dar aumentos aos trabalhadores.

Funciona assim: em 2011, o mínimo deveria ser reajustado pela inflação oficial do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de 2010 e pelo desempenho do PIB (Produto Interno Bruto, soma de todas as riquezas produzidas no país) de 2009. Essa regra ficaria em vigor de 2007, quando foi criada, até 2023.

Mas 2009 foi o ano da crise, o PIB ficou negativo, e, considerando a política de reajuste do mínimo em vigor, os salários não deveriam ter quase nenhum aumento. É justamente o que o governo propõe.

Os ministros de Dilma Rousseff dizem que o avanço da economia de 2010 – o ano da recuperação – faria com que os salários tivessem um forte avanço. Mas esse reajuste só seria debatido no ano que vem, enquanto os trabalhadores continuariam a ver o preço dos alimentos subir neste ano sem que sua renda acompanhe esse aumento.