Veículos de Comunicação

4

Governo deve reduzir mistura de etanol para 20%, diz fonte

Cada ponto porcentual a menos na mistura cria potencial para aumento em cerca de 250 milhões de litros da oferta de etanol do tipo hidratado no mercado

O governo pode reduzir em maio a mistura de etanol anidro à gasolina, mas, em um primeiro momento, para 20%, e não para 18%, o piso para a mistura autorizado pela Medida Provisória (MP) 532 publicada nesta sexta-feira, informou uma fonte do governo que participou da elaboração da MP.

A MP amplia a banda de variação possível da mistura de etanol anidro na gasolina para entre 18% e 25%. Até agora, o governo podia alterar a mistura no intervalo entre 20% e 25%. Atualmente, vigora a mistura de 25%.

A avaliação desse técnico do governo, que pediu anonimato, é de que a safra de cana deste ano, cujo processamento começou em meados do mês atual, "está curta" e por isso seria necessário mexer na mistura. Em um primeiro momento, porém, a redução seria para 20% e, somente se não houver melhora na oferta, o governo lançaria mão do instrumento de reduzir para 18%.

Cada ponto porcentual a menos na mistura cria potencial para aumento em cerca de 250 milhões de litros da oferta de etanol do tipo hidratado no mercado. Com menos exigência de etanol anidro para misturar à gasolina, as usinas podem produzir mais etanol hidratado, usado diretamente nos veículos flex.

O mesmo técnico disse que o governo ainda estuda taxar as exportações de açúcar, como forma de desestimular esses negócios e elevar a produção interna de etanol. "Essa é uma decisão a ser tomada", disse a fonte. Segundo esse interlocutor, a MP não dá poderes à ANP ou ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) para regular o mercado de açúcar. Pela MP, o CNPE estabelecerá diretizes para a importação e exportação de etanol, mas não poderá fazer o mesmo com o açúcar. "Para o açúcar, o que pode haver é a taxação da exportação", admitiu.