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Dólar fecha em alta após queda da véspera

O aumento da demanda por dólares ocorreu em mais um dia de liquidez reduzida

A  escalada da aversão a risco no exterior conduziu o dólar para cima nesta quarta-feira, em meio à queda generalizada de commodities e bolsas de valores por preocupações com a saúde da recuperação econômica mundial. A moeda americana subiu 0,93%, a R$ 1,620 na venda, intensificando a valorização em maio a 2,99%.

O aumento da demanda por dólares ocorreu em mais um dia de liquidez reduzida. Segundo dados da clearing (câmara de compensação) da BM&FBovespa (administradora da Bovespa), o volume de negócios somava pouco mais de US$ 1,3 bilhão, menos que a média diária das últimas semanas, perto de US$ 2 bilhões.

"Tudo piorou lá fora: petróleo caindo forte, S&P recuando também, dólar subindo ante o euro… Essa combinação fez o dólar subir aqui também", disse Guilherme Monaco, operador de câmbio da Hencorp Commcor Corretora.

A onda de aversão a risco golpeava desde matérias-primas a bolsas de valores, passando por moedas de maior rendimento, depois que a China divulgou que sua produção industrial de abril desacelerou mais que o esperado, sugerindo que a segunda maior economia do mundo está esfriando .

O complexo de commodities era o mais afetado, por temores de que o menor vigor da economia chinesa reduza a demanda por matérias-primas. O petróleo negociado em Nova York despencou mais de 5%, enquanto as principais bolsas de valores americanas caíam 1%. O índice de volatilidade da CBOE -considerado termômetro do nervosismo do mercado – disparava mais de 8%. Em paralelo, o euro caía a uma nova mínima em três semanas frente ao dólar, ajudando a moeda americana a subir 0,9% contra uma cesta de divisas .

O operador de câmbio de um banco estrangeiro notou uma "considerável saída" de investidores asiáticos. Segundo ele, o rompimento do patamar de R$ 1,6170 abre caminho "muito rapidamente" para R$ 1,6260. "Na ponta de baixo, toda atenção para R$ 1,6120, cujo rompimento abre caminho para R$ 1,6010", disse, preferindo não ser identificado.

A despeito da alta do dólar neste mês, os ingressos de capitais somaram US$ 3,595 bilhões em maio até dia 6, segundo dados do Banco Central (BC). No mesmo período, o BC incorporou US$ 1,428 bilhão às reservas internacionais por meio de compras no mercado à vista.

No ano, o fluxo positivo de capitais alcança US$ 40,728 bilhões, mais do que todo o resultado líquido de 2010, de US$ 24,354 bilhões.