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MS notifica 3.429 casos graves e 10 mortes por alcoolismo

De acordo com a secretária de Saúde, Beatriz Dobashi, os casos de alcoolismo são mais sérios do que aparentam

A rede de saúde pública de Mato Grosso do Sul notificou 3.429 casos de distúrbios provocados pelo consumo abusivo de álcool com 10 mortes em 2010, segundo a secretária de Saúde do Estado, Beatriz Dobashi. Ela abriu os paineis de debates da Conferência Estadual promovida pela Comissão Especial de Bebidas Alcoólicas da Câmara Federal, ontem, no Plenário da Assembleia Legislativa. Essa estatística, no entanto, segundo a secretária, pode não refletir a realidade, pois muitos casos são ‘mascarados’ e a notificação de óbitos, às vezes, aponta causas decorrentes do consumo do alcool.

Em relação a 2009, os casos de 2010 representaram aumento de 970 pacientes que passaram por um dos centros de apoio na Capital, segundo Maria Beatriz Almeidinha Maia, Gerente do CAPS – AD (Centro de Apoio Psicossocial de Campo Grande), a segunda palestrante da Conferência. Para o médico Fábio Augusto Moron de Andrade, voluntário da Fazenda Esperança, as drogas lícitas – álcool e tabaco – são a porta de entrada para as drogas ilícitas. Ele falou no terceiro painel da conferência sobre as experiências no atendimento a dependentes químicos e aponta como principais causas do consumo de drogas fatores sociais como insatisfação com a vida, dificuldades financeiras, de relacionamento social e no trabalho e a crise familiar.

Para o relator da Comissão Especial, deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP), uma das causas do abuso do álcool se deve, ao apelo social, seja na publicidade, seja na convivência, e considera fundamental tornar mais rigorosa a proibição da venda de bebida a menores. Segundo ele, há 1 milhão de pontos de venda de bebidas alcoólicas no Bras

Números

De acordo com a secretária de Saúde, Beatriz Dobashi, os casos de alcoolismo são mais sérios do que aparentam, pelo fato de as internações e óbitos não demonstram a causa real e a contribuição negativa do álcool, sendo comum nos prontuários serem registradas apenas as consequências, ignorando as causas de doenças como transtorno mental e doença hepática.

Dobashi apresentou estatísticas mostrando que no ano passado houve 266 casos de abstinência, 355 intoxicações, 120 transtornos psicóticos, 93 transtornos tardios, 47 síndromes de abstinência com transtornos mentais, 27 casos não especificados, 18 por uso de substância nociva, 15 com síndrome de amnésia, entre outros casos. Esses dados, contudo, escondem a verdadeira estatística porque historicamente muitos casos não chegam à rede pública.

A secretária observou que além dos transtornos mentais, há a doença alcoólica do fígado, com evoluções para a cirrose hepática, que leva a óbito. “A cada ano esse quadro tem se agravado e os números de óbitos chegam a uma proporção preocupante, embora não se discuta o que é mais grave. Segundo ela, por concentrar 40% da população do Estado, Campo Grande apresenta a estatística mais preocupante.