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UFMS está em estado de greve e pode deixar dois mil sem aula

Assembleia entre os professores e sindicatos definirá se a paralisação será

Os 120 professores da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) de Três Lagoas estão em “estado de greve”. Eles reivindicam que o governo federal reveja o plano de carreira da classe, ofereça melhores salários e que 10% do Produto Interno Bruto (PIB) sejam investidos na educação. Segundo o presidente da Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – região leste sul-mato-grossense (ADLeste – S. Sind.), Hajime Takeuchi Nozaki, o governo, entretanto, negou-se a reestruturar o plano de carreira. Em contrapartida, ele ofereceu à classe um ajuste emergencial (aumento salarial de 4%). Atualmente, o salário de um professor universitário federal varia de R$ 3 mil a R$ 7 mil.  

Conforme Nozaki, os professores enfatizam que não basta apenas o aumento de salário e sim que o plano de carreiras seja reestruturado, conforme proposta construída pela base do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), além de diversas reivindicações que visam garantir a qualidade e autonomia das universidades públicas, condições dignas para o exercício profissional, isonomia e garantia de emprego, a democratização das instituições e das relações de trabalho, revistas e atendidas.

Nozaki explicou que a mobilização é nacional e há universidades que já decretaram greve. Os docentes de Três Lagoas, entretanto, aguardam o resultado de uma reunião marcada para amanhã em Brasília, entre representantes do Andes e do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Na próxima semana, os professores da UFMS do município realizarão uma assembleia para discutir se vão ou não aceitar as propostas que serão oferecidas durante a reunião do Distrito Federal. “Se a proposta não for convincente decretaremos greve por tempo indeterminado”, explicou. Se o campus de Três Lagoas aderir, cerca de dois mil alunos ficarão sem aulas.

AÇÕES
Na manhã de ontem, professores da UFMS espalharam cartazes com frases de protesto. Uma carta contendo os motivos da mobilização foi entregue aos alunos, de classe em classe. Segundo Nozaki, é importante que todos se unam. “Espero que todos os professores, técnico-administrativos e acadêmicos acompanhem a mobilização nacional dos trabalhadores”, concluiu.